Uma operação policial europeia “de grande envergadura” está esta quarta-feira a decorrer em vários países, incluindo Portugal, focada em membros da organização criminosa italiana ‘Ndrangheta, segundo fontes judiciais.
A polícia efetuou dezenas de detenções e buscas em residências esta madrugada em toda a Alemanha, numa operação que envolveu mais de mil agentes que realizaram buscas em dezenas de casas, escritórios e lojas nos estados da Baviera, Renânia do Norte-Vestfália e Renânia-Palatinado, informaram os procuradores num comunicado conjunto.
Foram detidos mais de 30 suspeitos que tinham mandados de captura pendentes.
“Entre outros crimes, os arguidos são acusados de branqueamento de capitais, evasão fiscal, fraude comercial e contrabando de estupefacientes”, refere-se num comunicado do gabinete estatal de investigação criminal da Renânia do Norte-Vestefália.
As rusgas fazem parte de uma investigação conjunta mais alargada que envolveu a Europol e incluiu também ações simultâneas contra o grupo em França, Bélgica, Itália, Portugal e Espanha, acrescenta-se na mesma nota.
Segundo os meios de comunicação alemães MDR e FAZ, mais de 100 mandados de detenção serão executados hoje em diferentes países.
O ministro do Interior da Baviera, Joachim Herrmann, classificou a operação como um “golpe sensível contra a ‘Ndrangetha”, organização criminosa sediada na região italiana da Calábria (sul) e considerada a máfia mais rica e poderosa da Itália, com uma crescente extensão global, abrangendo mais de 40 países.
Segundo a polícia judiciária da Baviera, as autoridades alemãs atuaram no âmbito da “Operação Eureka”, coordenada pela Europol e Eurojust.
A Operação Eureka, lançada a nível europeu há mais de três anos, é “uma das mais importantes e significativas dos últimos anos no domínio do crime organizado em Itália”, sublinhou a polícia da Baviera.
No âmbito destas investigações, as autoridades italianas e belgas conseguiram atribuir à ‘Ndrangetha a importação e tráfico de cerca de 25 toneladas de cocaína, no período de outubro de 2019 a janeiro de 2022, disse a mesma fonte.
Também foram identificados fluxos financeiros de mais de 22 milhões de euros da Calábria para a Bélgica, Holanda e América do Sul.