A associação Olivum elogiou esta sexta-feira a intervenção da GNR contra furtos de azeitona, depois de terem sido recuperadas, nas últimas semanas, mais de 12 toneladas deste fruto roubadas em olivais do distrito de Beja.
Em declarações à agência Lusa, Gonçalo Almeida Simões, diretor executivo da Olivum – Associação de Olivicultores do Sul, com sede em Beja, disse que o roubo de azeitona nos olivais deste distrito “é uma situação que se tem repetido reiteradamente ano após ano”.
“E o que se vê agora é uma atuação mais musculada por parte da GNR, com brigadas no terreno, porque é disso mesmo que o setor precisa”, acrescentou o dirigente da Olivum, que representa 100 associados, 300 explorações e 14 lagares, num total de 42 mil hectares de explorações agrícolas no Alentejo e Ribatejo.
De acordo com números recolhidos pela agência Lusa junto de fonte da GNR, entre 14 de dezembro de 2022 e 18 de janeiro deste ano, a operação “Azeitona em Movimento” permitiu a esta força de segurança apreender cerca de 12,3 toneladas de azeitona roubada em olivais do distrito de Beja.
As apreensões, muitas “em flagrante delito”, ocorreram nos concelhos alentejanos de Aljustrel, Beja, Ferreira do Alentejo, Moura e Serpa, acrescentou a fonte.
Um total de 83 pessoas, entre homens e mulheres, foram detidas, identificadas e constituídas arguidas, tendo os militares apreendido ainda dezenas de viaturas.
Fonte oficial do Comando Territorial de Beja da GNR adiantou à Lusa que estes números de detenções e de apreensão de azeitona roubada resultam da “proatividade” da força de segurança, “mas também das denúncias” recebidas.
Segundo o diretor executivo da Olivum, o furto de azeitona “é um crime recorrente na região, que tem de ser punido, porque senão dá a imagem de alguma coisa fácil que outras pessoas tentarão fazer”.
“Tem sido muito descarado o roubo de azeitona” na região, argumentou, frisando que este crime, além de prejudicar economicamente os olivicultores, também danifica, “muitas vezes”, a própria árvore.
Gonçalo Simões Almeida disse ainda que o furto de azeitona nos olivais do distrito é “um crime que tem vários agentes” e que, “no fim da cadeia, pode inclusivamente permitir a circulação de azeite embalado com etiquetagem que não corresponde minimamente à realidade”.
“Por exemplo, estar etiquetado como azeite virgem extra quando o que está lá dentro pode ser azeite de outra qualidade”, exemplificou.
Nesse sentido, concluiu, “é bom que as autoridades estejam a agir, sobretudo este ano, em que haverá ainda mais apetite para o roubo de azeitona, porque é um ano em que há pouco azeite no mercado porque foi pouca a azeitona colhida”.