CONSULTÓRIO DO CONSUMIDOR / DECO
“O que está em causa com o retrocesso do Nutri-Score em Portugal?”
A DECO INFORMA…
O retrocesso do regime do Nutri-Score pode dificultar escolhas alimentares saudáveis e conscientes dos consumidores e prejudicar a saúde pública.
Com a nova Portaria n.º 162/2024/1, de 11 de junho, a adoção de sistemas de rotulagem nutricional simplificados, ou seja, do nutri-score torna-se opcional para os operadores económicos. Essa voluntariedade pode resultar numa verdadeira “salada russa” de rótulos no mercado, dificultando a vida dos consumidores que procuram fazer escolhas alimentares informadas e saudáveis.
A DECO defende mais informação aos consumidores e a reposição do Nutri-Score como modelo a adotar.
Enquanto alguns Estados-Membros ainda discutem a adoção de um sistema uniforme, o Nutri-Score já provou o seu valor em países como a França e a Bélgica. Estudos feitos nestes países revelam que 94% dos consumidores apoiam o Nutri-Score nas embalagens de alimentos e 89% desejam que ele se torne obrigatório. Além disso, diversos artigos científicos comprovam que rótulos nutricionais claros e simples ajudam os consumidores a fazer escolhas alimentares mais saudáveis, reduzindo a incidência de doenças relacionadas com má alimentação.
Embora simplifique a avaliação nutricional, o Nutri-Score não substitui a necessidade de uma educação nutricional abrangente, pelo que a DECO considera fundamental que o Governo continue a investir na educação alimentar dos consumidores.
Aliás, é fulcral que os consumidores entendam que o Nutri-Score, assim como outros sistemas, visa a comparabilidade entre produtos da mesma categoria, permitindo que, rapidamente, possam escolher o produto que tem as melhores características nutricionais.
A associação insiste na necessidade de um sistema de rotulagem nutricional uniforme, tanto a nível nacional quanto europeu, para evitar a confusão entre os consumidores e garantir consistência nas informações nutricionais. O Nutri-Score proporciona essa uniformidade, promovendo a confiança dos consumidores e facilitando a comparação entre produtos da mesma categoria.
É hora de transformar o mercado alimentar português, colocando a clareza, a saúde e o bem-estar dos consumidores em primeiro lugar.
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