Se olharmos à volta podemos vê-las. Mais do que senti-las, podemos constatá-las. Por todo o lado. As boas e a más, as nervosas e as calmas. Podemos apreciá-las nos lugares e nas situações, nos olhares e nas posturas, nos tons de voz e em tudo o que as vozes nem chegam a dizer. Basta um pouco de atenção (e quase nenhum esforço, prometo) para que constatemos, assim de repente, que já não sentimos ou pressentimos apenas a energia que cada pessoa, lugar ou situação emana e que, pelo contrário, conseguimos de facto vê-la, tocá-la, entendê-la e, (esta parte é a melhor) que podemos também aceitá-la ou rejeitá-la, impermeabilizando-nos aos seus efeitos.
É que a energia, mais do que uma sensação, é o que de mais real a realidade encerra! A sério! E por isso mesmo pode ser moldada, trabalhada e alterada, se não a dos outros, pelo menos a nossa!
Ao percebermos isto, todo o nosso relacionamento com tudo e todos se torna extraordinariamente mais claro, simples e eficiente. Provavelmente até andamos desde sempre a melhorar esta capacidade de identificar energias e aprender a lidar com elas, mas não nos devemos bastar com a tentativa de nos escaparmos às más e abraçar as boas, nada disso… Temos a possibilidade e o dever de manter todos os sentidos sempre alerta e alterar, com leves toques de alquimia, tudo à nossa passagem.
Como? Nada mais simples: percebendo que as más energias alheias só nos atingem se o permitirmos e que as nossas más energias só em nós podem nascer se lhes dermos espaço para isso.