A mutação E484K, uma das mais de quatro mil já identificadas desde o início da pandemia, foi agora detetada no México. Os investigadores da Universidade de Guadalajara revelaram este sábado que, depois de vários estudos sobre as mutações de SARS-CoV-2, foram identificados quatro casos positivos da mutação E484K em Jalisco. Ainda é preciso fazer mais estudos, referiu Natali Vega Magaña, chefe do Laboratório de Diagnóstico de Doenças Emergentes e Reemergentes da Universidade de Guadalajara, mas a descoberta da mutação E484K é, para já, “importante, uma vez que ainda não tinha sido reportada no México”.
Apesar de esta mutação ter sido identificada pela primeira vez no Brasil, a 6 de janeiro, e, posteriormente, na África do Sul, isso não significa que as quatro pessoas em questão tenham sido infetadas com as variantes sul-africanas ou brasileiras. Por isso, as próximas investigações, a partir de uma amostra mais alargada de casos, pretendem confirmar se a variante identificada é local. “Vamos procurar mais informação para conseguir detetar uma maior quantidade de variantes”, explicou Natali Vega Magaña, acrescentando que, por exemplo, as idades das quatro pessoas a quem foi identificada a mutação E484K são heterogéneas – a mais velha tem 60 anos e duas têm 30 anos.
Leia também
CITEVE alerta que máscaras FFP2 têm “um conjunto de problemas”
Em relação à cadeia de contágios, uma das pessoas infetadas teve contacto com um estrangeiro em Puerto Vallarta, mas os outros dois casos não contactaram com ninguém que tenha estado fora do país. Sobre o quarto caso não é revelada qualquer informação.
Não existem muitos estudos relativamente a esta mutação, mas as preocupações já foram apontadas por vários especialistas. É que a mutação E484K pode afetar o reconhecimento do vírus pelos anticorpos, comprometendo a proteção imunológica de pessoas já vacinadas ou que já estiveram infetadas. Para já, Natali Vega Magaña refere que “esta mutação pode estar relacionada com uma segunda infeção”.
No início de janeiro, os cientistas a alertaram para a possibilidade de as vacinas que estão a ser administradas não serem eficazes contra as novas variantes que contêm esta mutação, já que não foram testadas neste sentido. Em entrevista à AFP, Ravi Gupta, professor de microbiologia na Universidade de Cambridge, defendeu que esta mutação “é a mais preocupante de todas”.
Notícia exclusiva do nosso parceiro Expresso
Leia também
Algarve passa a ter sete concelhos em Risco Extremamente Elevado
E AINDA
► Faleceu Nuno de Araújo Mota, médico de fisiatria do Centro Hospitalar Universitário do Algarve
► Nuno Mota, jogador de polo aquático e médico em Faro, morre aos 32 anos
► Algarve passa a ter sete concelhos em Risco Extremamente Elevado
► Faleceu Carlos Próspero, um dos mais respeitados professores de Faro
► PSP apanha restaurante em Lagos a servir refeições contra regras do estado de emergência
► CITEVE alerta que máscaras FFP2 têm “um conjunto de problemas”
► Estado de emergência até ao verão admite Marcelo ao Expresso
► Presidente de Portimão vacinada como “condição necessária” para voluntariado em hospital