A Câmara de Monchique vai reabrir a creche e o infantário municipais apenas no mês de junho, por entender que o recolhimento em casa “é a resposta adequada” para combater a pandemia da covid-19, foi hoje anunciado.
De acordo com um comunicado do município, a decisão de reabrir os espaços de acolhimento de crianças no dia 01 de junho deve-se ao facto do presidente da Câmara, Rui André (PSD), citado no documento, não concordar com a reabertura prevista para a próxima segunda-feira.
“Se durante o período entre 18 e 31 de maio os pais ainda têm direito a ficar com os seus filhos no âmbito do apoio à família, devem permanecer em casa, uma vez que o ambiente familiar e o recolhimento em casa são a resposta adequada para fazer face a esta situação de pandemia por covid-19”, refere o autarca no documento.
Na opinião de Rui André, “o momento obriga a muitas cautelas, sob pena de se deitar a perder todo o esforço conseguido até aqui”.
Segundo a autarquia, a decisão de reabrir os espaços no dia 01 de junho foi tomada após uma reunião com a equipa de Coordenação do Plano de Contingência Municipal de Monchique para a covid-19 e as educadoras de infância, “uma vez que as orientações da Direção-Geral da Saúde (GDS) são recentes e a sua aplicação exige alterações significativas no modo de funcionamento da creche”.
“O cumprimento das diretrizes da DGS implica a implementação de medidas de prevenção, controlo de infeção e adaptação de espaços, devido às características desta resposta social e à maior dificuldade em aderir às medidas preventivas por parte das crianças”, justifica o município.
Entre as medidas a aplicar estão a criação de estações de acolhimento em cada edifício, de forma a permitir um circuito entre as chamadas “zona suja e zona limpa”, salvaguardando um acesso seguro das instalações, e um plano de retorno à creche por parte das crianças com um contacto mais regular entre as educadoras e as crianças, de forma “a desenvolver uma adaptação a esta nova normalidade”.
Para adaptar e sensibilizar as crianças e funcionários para as medidas de segurança, “vão ser desenvolvidas atividades lúdicas de aceitação do uso da máscara, de forma a reduzir o impacto da exigência do uso da máscara cirúrgica por parte de todos os funcionários”.
Ao mesmo tempo, a abertura da creche será retomada de forma faseada, “procurando dar uma resposta aos encarregados de educação que se encontrem presencialmente integrados no mercado de trabalho, ou como suporte pontual daqueles que por necessidades específicas, devidamente fundamentadas e validadas, não possam assumir o cuidado das crianças”, destaca a autarquia.
A Câmara de Monchique garante que terá sempre em linha de conta as orientações da DGS, do Governo e da Autoridade Municipal de Saúde Pública, mas, ressalva, “que podem existir alterações ao funcionamento da creche sempre que a situação da pandemia o justificar”.
As creches encerraram no dia 16 de marco por decisão do Governo para combater a pandemia de covid-19 provocada pelo novo coronavírus.
A Direção-Geral da Saúde divulgou esta semana um conjunto de normas orientadoras que as creches devem pôr em prática a partir da próxima segunda-feira, quando voltarem a receber as crianças.
Segundo um levantamento feito pela Associação de Creches e de Pequenos Estabelecimentos de Ensino Particular, a maioria das creches terá menos de meia dúzia de crianças nesta primeira fase de reabertura.
Portugal está desde 03 de maio em situação de calamidade, depois de três períodos consecutivos em estado de emergência desde 19 de março.
Esta nova fase de combate à covid-19 prevê o confinamento obrigatório para pessoas doentes e em vigilância ativa, o dever geral de recolhimento domiciliário e o uso obrigatório de máscaras ou viseiras em transportes públicos, serviços de atendimento ao público, escolas e estabelecimentos comerciais.