O movimento Salvar as Alagoas Brancas reuniu-se esta quinta-feira com a Agência Portuguesa do Ambiente (APA – ARH Algarve) que informou que “o loteamento não vai alterar o paradigma das inundações” naquela zona e que o plano de drenagem aprovado é suficiente.
Por outro lado, na interpretação deste movimento, “a APA mostrou-se disponível a dar parecer favorável, caso haja intenção política de salvaguardar a área das Alagoas Brancas como zona verde e habitat de biodiversidade”.
A manifestação do movimento Salvar as Alagoas Brancas, que está marcada para a próxima segunda-feira, Dia Mundial da Biodiversidade, frente à CCDR Algarve, a partir das 16:00, vai também passar pela APA – ARH Algarve.
“Em Lagoa, grande parte da área de depressão cársica encontra-se classificada segundo os critérios das orientações estratégicas de âmbito nacional e regional (OENR) para reserva ecológica nacional (REN) como zona ameaçada por cheias (ZAC) e área estratégica de infiltração e proteção de recarga de aquíferos (AEIPRA). Porém esta área é geometricamente recortada justamente onde afluem as águas do aquífero e se concentra a biodiversidade das Alagoas Brancas”, refere o movimento em comunicado.
Segundo explica, “as OENR devem ser protegidos e classificados como REN ‘as aluviões, bem como algumas áreas de fracturação, que sejam importantes para a manutenção dos ecossistemas fluviais na época de estiagem’ bem como ‘Outras formações hidrogeológicas indiferenciadas ou outras áreas que sejam importantes para a prevenção e redução de situações de cheia e inundações e de seca extrema, bem como para a sustentabilidade de sistemas aquáticos e da biodiversidade dependentes da água subterrânea'”.
“A realidade do terreno não corresponde à realidade que vigora em termos de ordenamento do território e as Alagoas Brancas não são classificadas como zona ameaçada de cheias (ZAC) – apesar de o serem em realidade – porém segundo a revisão do último PDM são consideradas apenas uma zona com risco de inundações, sendo acautelado um plano de drenagem de águas”, acrescenta.
“A CCDR Algarve aprovou a revisão do PDM de Lagoa e ignorou que aquela é claramente uma zona ameaçada por cheias e uma área estratégica de infiltração e proteção de recarga de aquíferos e retira da reserva ecológica nacional uma lagoa que está dentro de um aquífero”, recorda o movimento Alagoas Brancas.
“As Alagoas Brancas são uma lagoa dentro de um aquífero aluvionar, numa zona cársica, habitat de mais de 300 espécies de fauna e flora registadas, algumas protegidas por lei, tendo sido contabilizadas mais de 146 espécies de avifauna no local. As Alagoas prestam vários serviços do ecossistema à cidade de Lagoa”, conclui.