No final da reunião semanal, realizada esta quinta-feira, do Conselho de Ministros, em Lisboa, a ministra da Presidência, Mariana Vieira da Silva, adiantou que, tal como nos dois últimos fins de semana, a proibição de circular de e para a Área Metropolitana de Lisboa (AML) vai manter-se – entre as 15:00 de sexta-feira e as 06:00 de segunda-feira, com as exceções previstas na lei.
A Área Metropolitana de Lisboa engloba 18 municípios da Grande Lisboa e da Península de Setúbal, designadamente Alcochete, Almada, Amadora, Barreiro, Cascais, Lisboa, Loures, Mafra, Moita, Montijo, Odivelas, Oeiras, Palmela, Seixal, Sesimbra, Setúbal, Sintra e Vila Franca de Xira.
Há agora 19 concelhos em risco muito elevado
Na semana passada, Lisboa e Albufeira recuaram – com uma incidência acima de 240 novos casos pela segunda semana consecutiva -, juntando-se a Sesimbra nas medidas mais restritivas.
Agora, passam de três para 19 os concelhos em risco muito elevado, isto é, com mais de 240 casos por 100 mil habitantes. São eles: Albufeira, Almada, Amadora, Barreiro, Cascais, Constância, Lisboa, Loulé, Loures, Mafra, Mira, Moita, Odivelas, Oeiras, Olhão, Seixal, Sesimbra, Sintra e Sobral de Monte Agraço.
26 concelhos em risco elevado
O número de concelhos em risco elevado, numa semana, aumentou de 14 para 26: “Uma evolução muito significativa”, considera Mariana Vieira da Silva.
Nestes concelhos, o teletrabalho é obrigatório quando as funções o permitam; os restaurantes, cafés e pastelarias podem funcionar até às 22:30 (no interior, com um máximo de 6 pessoas por grupo; em esplanada, 10 pessoas por grupo); os espetáculos culturais têm os mesmos horários da restauração; o comércio a retalho pode estar aberto até às 21:00 e aplica-se a partir de agora a limitação da circulação na via pública a partir das 23:00.
Aumentou para 26 a lista de concelhos em risco elevado: Alcochete; Alenquer; Arruda dos Vinhos; Avis; Braga; Castelo de Vide; Faro; Grândola; Lagoa; Lagos; Montijo; Odemira; Palmela; Paredes de Coura; Portimão; Porto; Rio; Maior; Santarém; São Brás de Alportel; Sardoal; Setúbal; Silves; Sines; Sousel; Torres Vedras e Vila Franca de Xira.
“Deterioração da situação face às últimas semanas”
“A situação voltou a deteriorar-se”, afirma Mariana Vieira da Silva no arranque da conferência de imprensa após o Conselho de Ministros, sublinhando que a incidência da covid-19 a nível nacional é de 176, 09 e o R(t) de 1,15.
Segundo a ministra é fundamental manter as regras de distanciamento social, a utilização de máscara e as regras de etiqueta respiratória.
“Não temos condições para considerar a pandemia controlada pelo que o nosso apelo é para que se evitem comportamentos de risco”, insiste a governante.
A ministra Mariana Vieira da Silva refere que a maioria do território continental ainda tem níveis de incidência abaixo de 120 casos por 100 mil habitantes, “mas também é possível ver a deterioração da situação face às últimas semanas”, com Lisboa e Vale do Tejo, Alentejo, Algarve e outros concelhos noutras regiões já com níveis de incidência acima dos 120.
“Temos também crescimento significativo dos concelhos em alerta, que são neste momento 21. Devem estar atentos à pandemia, porque entrarão na lista de concelhos com restrições na próxima semana, se tudo se mantiver.”
Dos 21 concelhos em situação de alerta, de momento, nenhum é do Algarve:
– Albergaria-a-Velha
– Aveiro
– Azambuja
– Cartaxo
– Bombarral
– Idanha-a-Nova
– Ílhavo
– Lourinhã
– Matosinhos
– Mourão
– Nazaré
– Óbidos
– Salvaterra de Magos
– Santo Tirso Trancoso
– Trofa
– Vagos
– Viana do Alentejo
– Vila Nova de Famalicão
– Vila Nova de Gaia
– Viseu
Proibição de circulação na via pública entre as 23h e as 5h
Questionada sobre a proibição de circulação na via pública a partir das 23h, Mariana Vieira da Silva diz que a medida vigora até às 5h já a partir de amanhã nos concelhos com risco elevado e muito elevado.
“O país como um todo tem respondido de forma a controlar a pandemia. Aquilo que hoje decidimos assenta na mesma matriz de risco aos concelhos que registam duas semanas consecutivas com uma incidência de mais de 240 casos”, afirma a governante, lembrando que a matriz de risco é avaliada semanalmente.
Em relação ao agendamento das eleições autárquicas para 26 de setembro, Mariana Vieira da Silva garantiu que o país tem “condições para realizar as eleições em segurança”, frisando que isso foi comprovado, em janeiro, nas eleições Presidenciais.
“Dados mostram eficácia da vacina na incidência” e nos hospitais
Questionada sobre o isolamento profilático a que está sujeito o primeiro-ministro, António Costa, que já tomou as duas doses da vacina, Mariana Vieira da Silva prefere “não comentar a decisão de uma autoridade de saúde”, no caso a DGS.
No entanto, a ministra chamou a atenção que os dados apresentados “mostram a eficácia da vacina na incidência. É isso que procuramos explicar.”
Essa eficácia, frisa, “ainda é mais visível quando olhamos para as pessoas em situação de internamento e [para os] óbitos”.
“Relativamente ao certificado digital, não tenho informação para dar sobre problemas que estão a acontecer”, retorquiu à pergunta seguinte.
Apoios sociais prolongados até agosto
4138 milhões de euros que chegaram a três milhões de pessoas, é o balanço feito por Ana Mendes Godinho, ministra do Trabalho, aos apoios dados durante a pandemia, confirmando a prolongação dos apoios sociais até agosto.
Mariana Vieira da Silva, sobre o PRR, assegura que “o governo já lançou alguns programas” deixando os restantes para “as próximas semanas”. Sobre o reforço de vacinas: “ontem chegaram mais 600 mil vacinas ao país”, garantiu. “Portugal tem neste momento a capacidade de vacinar rapidamente”, diz.
A ministra do Trabalho, Ana Mendes Godinho, diz que as medidas de apoio social e económico prorrogadas esta quinta-feira dirigem-se sobretudo aos sectores mais afetados pela pandemia.
Questionada sobre o turismo, a governante adianta que já foram canalizados 2500 milhões de euros de medidas de apoio só para o sector.
Já Mariana Vieira da Silva insiste que o agravamento da situação epidemiológica obriga o país a tomar medidas mais apertadas face à avaliação semanal da matriz de risco .”Não temos condições neste momento de levantar as medidas restritivas”, reforça.