O líder dos separatistas de Donetsk, que controlam parte da região do leste da Ucrânia com apoio das forças russas, anunciou esta terça-feira que a sua administração vai nacionalizar alguns navios do porto de Mariupol.
“Alguns dos navios ficarão sob a jurisdição da República Popular de Donetsk. As decisões relevantes foram tomadas”, disse Denis Pushilin à agência russa Ria-Novosti.
Pushilin não precisou se se referia a navios ucranianos ou a navios de outros países, segundo a agência norte-americana AP.
KIEV ACUSA RÚSSIA DE BLOQUEAR OS PORTOS
Kiev acusou a Rússia de bloquear os seus portos marítimos e de dificultar as exportações de cereais, provocando uma crise alimentar global.
A Rússia desmentiu as acusações e atribuiu a culpa pela situação às sanções ocidentais por ter invadido a Ucrânia, que, segundo Moscovo, agravaram a crise global de transportes criada pela pandemia de covid-19.
Pushilin disse também que a Rússia permitiu esta terça-feira a saída do primeiro cargueiro do porto de Mariupol com destino à cidade russa de Rostov.
“Hoje, 2.500 toneladas de chapas laminadas deixaram o porto de Mariupol. O navio dirige-se para Rostov”, escreveu o chefe dos separatistas de Donetsk na rede de mensagens Telegram.
MARIUPOL É DAS CIDADES MAIS AFETADAS PELA INVASÃO RUSSA
Após a rendição dos defensores ucranianos que se encontravam nos subterrâneos da unidade metalúrgica Azovstal, em Mariupol, a cidade portuária foi considerada ocupada pelas forças russas.
O porto de Mariupol, no Mar de Azov, estava inoperacional até agora, devido aos fortes combates na região.
Mariupol tem sido um dos pontos mais afetados pela invasão russa da Ucrânia, que começou em 24 de fevereiro.
A cidade foi cercada no início da guerra, mas as forças russas só assumiram o controlo total este mês, após terem capturado cerca de 2.400 combatentes que estavam entrincheirados na fábrica Azovstal.
Entre os soldados ucranianos feitos prisioneiros de guerra estão elementos do Batalhão Azov, que a Rússia acusa de ser constituído por neonazis.