A Rússia decidiu este sábado proibir de forma permanente a entrada no país ao Presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, e outros 962 cidadãos norte-americanos, incluindo o chefe da diplomacia e o secretário de Estado da Defesa. A decisão surge como retaliação pelas sanções aprovadas por Washington contra Moscovo devido à ofensiva militar da Rússia na Ucrânia. “Sublinhamos que as ações hostis de Washington tornar-se-ão um ‘boomerang’ contra os EUA e serão devidamente rejeitadas”, disse o Ministério dos Negócios Estrangeiros russo em comunicado, anunciando a medida.
Moscovo sublinhou que “as contra-sanções russas são de natureza obrigatória e visam forçar o governo dos Estados Unidos da América, que tenta impor ao resto do mundo uma ordem mundial neocolonial baseada nas suas regras, a mudar o seu comportamento e reconhecer as novas realidades geopolíticas”.
“A Rússia não procura confrontos e está aberta a um diálogo franco e respeitoso, diferenciando o povo norte-americano, que sempre teve o nosso respeito, das autoridades norte-americanas, que incentivam a russofobia, e daqueles que as servem. São precisamente estas pessoas que estão incluídas na ‘lista negra’ russa”, acrescentou.
Além do Presidente, também o seu segundo filho, Robert Hunter Biden, figura da lista das pessoas proibidas desde hoje de entrarem na Rússia. Entre os principais altos funcionários do Governo e instituições dos Estados Unidos visados por Moscovo estão também o Secretário de Estado, Antony Blinken, o secretário da Defesa, Lloyd Austin, e o diretor da CIA, William Burns.
Porém, segundo o The Guardian, alguns dos 963 americanos agora proibidos de entrar na Rússia para toda a vida não o conseguiriam fazer de todo o modo, pela simples razão de que… já estão mortos. Entre eles, nesta lista, incluem-se John McCain, o ex-candidato presidencial republicano dos EUA e senador de longa data; o democrata Harry Reid, que atuou como líder da maioria no Senado de 2007 a 2015; e Orrin Hatch, cujos 42 anos na Câmara fizeram dele o senador republicano mais antigo da história. McCain morreu em agosto de 2018 aos 81 anos; Reid morreu em dezembro passado, aos 82 anos; e Hatch morreu em 23 de abril aos 88 anos.
Mas há mais quatro, de acordo com a Euromaidan Press:
- A ex-congressista Alcee Hastings (morreu em 2021)
- A ex-adjunta da liderança da CIA, Melissa Drisko (morta em 2018)
- O ex-juiz Steven O’Neill (morreu em 2018)
- O ex-reservista Jeremy Sivits (que morreu já este ano)
Mas a nova lista russa inclui outras personalidades fora do mundo político. Ainda muito vivos, mas agora banidos da Rússia por alegado desrespeito ao presidente russo Vladimir Putin ou seu regime, estão o ator Morgan Freeman, o fundador do Facebook Mark Zuckerberg, o jornalista britânico e correspondente da CNN Nick Paton Walsh e Jeff Katzenberg, executivo-chefe da estúdio de animação DreamWorks.
Estas sanções foram anunciadas pouco depois de Washington ter noticiado que Biden, que está em visita a Seul, promulgou um projeto de lei que contempla um pacote de ajuda adicional à Ucrânia no valor de quase 40 mil milhões de dólares.
A Rússia lançou uma ofensiva militar na Ucrânia a 24 de fevereiro, que ainda perdura, condenada pela generalidade da comunidade internacional, que respondeu com ajuda financeira e militar, como o envio de armamento, à Ucrânia e o reforço de sanções económicas e políticas sem precedentes contra Moscovo.
- Texto: Expresso, jornal parceiro do POSTAL