A intensa chuva registada esta segunda-feira de manhã em Faro provocou inundações, bloqueio de estradas e impediu a abertura de escolas e estabelecimentos comerciais, mas não há registo de habitações afetadas nem de pessoas desalojadas, disse fonte da Proteção Civil.
O coordenador da Proteção Civil Municipal de Faro, Rui Graça, precisou à agência Lusa que a chuva que caiu no espaço de uma hora, entre as 07:00 e as 08:00, “provocou inundações um pouco por todo o concelho, sendo o centro da cidade a zona mais afetada”.
“Temos registo de inundações em garagens, estabelecimentos comerciais, no mercado municipal e em várias artérias da cidade, o que dificultou a circulação de pessoas e abertura de algumas escolas”, referiu.
Segundo o responsável, algumas estradas de acesso à cidade “ficaram igualmente intransitáveis devido à acumulação de água, o que originou o caos no trânsito rodoviário nas três principais entradas da cidade”.
Rui Graça acrescentou que o sistema de drenagem de águas pluviais “teve dificuldade em escoar o grande caudal de água registado num tão curto espaço de tempo, considerando que a situação era difícil de controlar”.
“A drenagem funciona por gravidade, daí a dificuldade em escoar um acumulado de água de 19 milímetros por metro quadrado num tão curto espaço de tempo”, sublinhou.
Rui Graça adiantou que a Proteção Civil continua no terreno a prestar auxílio às situações prioritárias, “não tendo sido reportadas situações graves de inundações em habitações, nem de pessoas que necessitassem de realojamento”.
Por seu turno, o presidente da Associação de Comerciantes da Baixa de Faro, Davide Alpestana, disse à Lusa que “a maior parte dos estabelecimentos comerciais foi afetada com a entrada de água, registando-se três ou quatro situações de maior gravidade”.
“Há algumas situações pontuais em que os danos foram mais avultados, estamos a falar de três ou quatro casos. Neste momento, cerca de 70% dos estabelecimentos está já a funcionar”, referiu.
De acordo com Davide Alpestana, “as inundações deveram-se ao acumulado de água na via pública, face à dificuldade do escoamento do sistema pluvial”.
Por seu lado, o presidente da Associação de Comerciantes da Região do Algarve (ACRAL) disse à Lusa que “há um conjunto de comerciantes instalados nas zonas mais críticas e clássicas da cidade que foram afetados pela água, cujos prejuízos ainda não estão contabilizados”.
“Há locais onde a água ainda não escoou totalmente, mas estimamos que os prejuízos possam ascender a largos milhares de euros”, apontou Miguel Morgado Henriques.
Segundo o responsável da ACRAL, a associação, em conjunto com a Proteção Civil Municipal, “está no terreno a tentar apurar o total de comerciantes afetados pela intempérie registada hoje no concelho de Faro”.
Os distritos de Faro e Beja estão hoje sob aviso laranja (o segundo mais grave), emitido pelo Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA), por causa da precipitação, até às 15:00.
A partir dessa hora, o aviso passa a amarelo (terceiro na classificação por gravidade), mantendo-se pelo menos até às 18:00.
Faro e Beja estão igualmente sob aviso amarelo por causa da possibilidade de trovoadas frequentes e dispersas (até às 15:00 de hoje) e do vento por vezes forte do quadrante sul, com rajadas até 70 quilómetros por hora (km/h) até às 18:00 de hoje.
O aviso laranja indica situação meteorológica de risco moderado a elevado e o amarelo é emitido pelo IPMA sempre que existe uma situação de risco para determinadas atividades dependentes da situação meteorológica.