Escolher um curso universitário é uma decisão marcante, especialmente numa altura em que a juventude e a incerteza podem tornar a escolha mais desafiante. Hoje, fatores como vocação e interesses pessoais já não são os únicos critérios a considerar. A transformação tecnológica, impulsionada pela Inteligência Artificial (IA), veio alterar profundamente o panorama profissional, ameaçando várias áreas de estudo e criando um novo conjunto de desafios e oportunidades. De acordo com o jornal espanhol El Economista, uma análise conduzida com o auxílio da IA, revela três cursos universitários em risco de extinção no futuro.
Contabilidade: uma profissão em transformação acelerada
A contabilidade, uma área tradicionalmente focada em tarefas rotineiras e minuciosas, como balanços, auditorias e gestão de impostos, está a ser uma das mais afetadas pela automação. Segundo El Economista, ferramentas avançadas de IA e programas de contabilidade sofisticados são agora capazes de assumir a maior parte das funções que antes exigiam atenção humana. A profissão, portanto, começa a exigir um novo perfil de contabilistas, mais direcionado para a análise de dados e interpretação financeira, habilidades que serão cada vez mais valorizadas à medida que a IA substitui as tarefas repetitivas e mecânicas.
Telecomunicações: a perda de relevância das redes físicas
Outro setor afetado pelo avanço da IA e das novas tecnologias é o das telecomunicações, em particular nas áreas relacionadas com manutenção e instalação de redes físicas. Há alguns anos, esta era uma das áreas mais promissoras, mas o crescimento das comunicações sem fio, da fibra ótica e do 5G veio alterar a necessidade de técnicos dedicados a cabos e ligações físicas. A tendência é que esses profissionais sejam substituídos por especialistas em programação, segurança cibernética e gestão de redes virtualizadas, áreas que oferecem maior relevância num mundo cada vez mais digitalizado e menos dependente de infraestruturas físicas.
Profissões administrativas: do secretariado à assessoria executiva
A terceira área em risco, segundo a análise, é a das profissões administrativas, especialmente nas funções de secretariado e assessoria executiva. As tarefas tradicionalmente desempenhadas por estas carreiras, como a gestão de agendas, organização de documentos e marcação de reuniões, podem agora ser executadas de forma mais eficiente por assistentes virtuais baseados em IA. Este cenário implica que os profissionais administrativos precisem de novas competências digitais e conhecimentos mais aprofundados em ferramentas de produtividade e automação, caso queiram continuar a ser competitivos no mercado de trabalho.
Uma nova ordem no mercado laboral
A chegada da IA e da automação coloca, assim, uma pressão adicional sobre os futuros profissionais e sobre o próprio sistema educativo, que necessita de uma adaptação constante. Com a necessidade de desenvolver novas competências e atualizar conhecimentos, o desafio passa a ser entender quais carreiras e funções terão uma procura duradoura e quais podem, progressivamente, desaparecer do mercado.
Para além de extinguir empregos e cursos universitários, a IA abre também novas oportunidades em campos como a análise de dados, programação, cibersegurança e gestão de sistemas, áreas que certamente continuarão a ser fundamentais num mundo em que a tecnologia não para de evoluir.
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