Nos anos 60, o Posto Agrário de Tavira fervilhava de atividade. Além das diversas áreas de experimentação, era também este núcleo que prestava apoio técnico aos agricultores de todo o Algarve.
“Daqui partia todo o desenvolvimento agrícola do Algarve”, recorda o engenheiro Rafael Cordeiro, no 6º episódio da coletânea “Histórias do Posto Agrário”, desenvolvido pelo movimento de Cidadãos pelo CEAT e Hortas Urbanas.
Na época, “Tavira era um núcleo que sobressaía às outras regiões” por dar assistência técnica a zonas mais ou menos distantes, como Faro, Portimão ou Silves.
“A nível nacional, os técnicos de Tavira eram respeitados”, sublinha Rafael Cordeiro, acrescentando que a sua opinião “era reconhecida a nível nacional”.
Responsável pela parte experimental da Estação Agrária, dedicou-se também ao estudo e desenvolvimento da vinha de uva de mesa, que à época foi uma área agrícola com muito fomento. Dos 18 campos experimentais que havia no Algarve, a maioria no Sotavento, tinha 12 a seu cargo.
“Para além de instalar os campos, tínhamos que acompanhar os campos, fazer os cuidados culturais necessários e depois fazer as observações”, explica.
A “Dona Maria”, uma casta atualmente muito conhecida dos consumidores, foi aqui estudada e pela mão do engenheiro Cordeiro.
As boas memórias saltam dos campos do Posto Agrário para a família Cordeiro.
“A nossa família sempre teve grandes ligações ao Posto Agrário”, desvenda Elsa Cordeiro. Filha e pai estão juntos na casa que recebeu e viu nascer e crescer boa parte dos seus familiares diretos. É como se o Posto Agrário fosse a sua casa de família.