De modo abreviado, é a sensação de ter uma grande quantidade de gases no trato gastrointestinal, o mesmo é dizer que estamos a falar de ar engolido juntamente com os alimentos, que o hidrogénio, o metano e o anidrido carbónico são produzidos pelo metabolismo bacteriano dos alimentos no intestino e que a deglutição de um grande volume de ar tem consequências em arrotos excessivos ou a expulsão do ar pelo ânus.
A flatulência provoca dor e distensão abdominal, os tais arrotos e a tal expulsão de gases. Casos há em que a quantidade excessiva de gases intestinais pode indicar uma perturbação digestiva séria. Mas de um modo geral a flatulência raramente é sintoma de um problema de saúde grave.
O melhor é não encolher os ombros e enfrentar o problema, apurar se é uma questão de saúde relacionada com o trato gastrointestinal, conversar com o profissional de saúde mostrando-lhe os medicamentos que está a tomar, falando-lhe dos seus hábitos alimentares, é assim que se consegue corrigir a flatulência.
A base do tratamento consiste na redução da ingestão de alimentos flatulentos, o doente deverá assumir determinados comportamentos que o ajudarão a reduzir ou minimizar os sintomas:
► Comer lentamente, mastigando e salivando bem os alimentos. É conveniente evitar falar excessivamente durante a refeição;
► Evitar o consumo de rebuçados e de pastilhas elásticas, que podem aumentar os sintomas pela produção excessiva de saliva e o aumento da deglutição de ar ao mastigar;
► Evitar a ingestão de bebidas gaseificadas;
► Evitar beber líquidos na posição de decúbito (estar deitado) ou deitar-se imediatamente após comer, aliás, é recomendado caminhar, no mínimo, 10 a 15 minutos depois das refeições;
► Evitar a obstipação crónica, já que esta pode facilitar a acumulação de gases intestinais;
► Cortar com o tabaco, por ser um irritante gástrico e um gerador de aerofagia.
Peça aconselhamento ao seu médico de família ou ao seu farmacêutico. Com este último, nas situações de pequena gravidade no sistema digestivo, ele pode ser uma peça incontornável, estamos a pensar na escolha de um antiácido para certas queixas digestivas, para abrandar os sintomas de azia ou de ardor, em afeções como flatulência, perturbações da digestão ou cólicas, o farmacêutico está igualmente preparado, quando necessário, para recomendar uma ida urgente ao médico. Não esqueça o leitor que o aconselhamento farmacêutico é sempre bem-vindo no suporte a medidas farmacológicas como, por exemplo, no caso da doença do refluxo gastroesofágico, quando há sinais e sintomas que requerem uma consulta médica urgente.
A conversa com o seu farmacêutico é um imperativo quando o mal-estar não abranda e quando o doente, para além da flatulência, está a tomar outros medicamentos. Nestes casos, a escolha de um antiflatulento ou de outro fármaco deve ser adequada aos restantes medicamentos.