O Algarve perdeu na noite passada, uma das suas figuras mais proeminentes no setor turístico. Elidérico Viegas, natural de Paderne, no concelho de Albufeira, faleceu aos 74 anos, deixando um vasto legado que moldou o desenvolvimento turístico da região. Fundador e ex-presidente da AHETA (Associação dos Hotéis e Empreendimentos Turísticos do Algarve), Viegas era um nome incontornável no turismo português, tendo dedicado décadas da sua vida à promoção e afirmação do Algarve como destino turístico de excelência.
A AHETA, instituição que Viegas ajudou a criar e liderou durante anos, manifestou nas redes sociais o seu “profundo pesar” pela perda de uma personalidade cuja “dedicação à associação e à comunidade são imensuráveis e serão lembrados com carinho e gratidão”. O funeral realizar-se-á na próxima sexta-feira, 8 de novembro, às 10h00, na Igreja de São Luís, em Faro.
Um legado associativo e empresarial
Elidérico Viegas era mais do que um empresário: era uma força motriz no turismo do Algarve e no país. Fundador de várias associações empresariais, tanto regionais como nacionais, foi também um dos fundadores e vice-presidente da CTP (Confederação do Turismo Português). Como Cônsul Honorário da República da Polónia no Algarve, o empresário demonstrava uma abrangência de interesses que ia para além do setor turístico.
Desde 1966 ligado ao turismo, Viegas começou como rececionista e foi subindo na hierarquia, passando por cargos como chefe de receção e diretor de hotel. Graduado em Gestão Hoteleira, acumulou diversos cursos de gestão e marketing, destacando-se pela formação sólida e pelo conhecimento profundo do setor. Aos 25 anos, iniciou o seu percurso como empresário em Albufeira, onde consolidou a Praia da Oura como um dos destinos turísticos mais procurados da região, dedicando-se a este empreendimento por mais de 30 anos.
O final de um “consulado” e a polémica
Em 2021, o fim do seu mandato na AHETA foi marcado por uma polémica que envolveu críticas de Viegas à veracidade de alguns prémios turísticos atribuídos à região, como o título de “Principal Turismo de Praia da Europa”. Esse episódio culminou na sua demissão, mas não ofuscou o impacto duradouro do seu trabalho na associação.
Cronista e voz do turismo
Viegas era também cronista regular no Postal do Algarve e autor de artigos de opinião sobre temas variados no âmbito do turismo, tanto em meios regionais como nacionais. A sua última crónica, intitulada “As organizações oficiais do turismo – Há muita política no turismo e pouca política de turismo”, será publicada na edição do Postal do Algarve desta sexta-feira, numa despedida simbólica para o leitor assíduo que acompanhava a sua visão crítica e informada.
A vida e obra de Elidérico Viegas deixam um legado importante para o turismo e para o Algarve, que perde um dos seus maiores impulsionadores, cujo nome e feitos serão recordados por gerações.
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