A agência Lusa acompanhou entre as 8:00 e as 12:00 uma ação de fiscalização da GNR nas portagens de Paderne, no concelho de Albufeira – o ponto de entrada no Algarve através da A2, que liga Lisboa à região -, período durante o qual os militares não detetaram qualquer infração.
Tanto no troço final da A2 como na A22 (Via do Infante), via que atravessa o Algarve, praticamente não existia hoje de manhã circulação de veículos e aqueles que circulavam eram, na sua maioria, veículos de trabalho, ligeiros e pesados, conforme constatou a Lusa.
Acabado de chegar ao Algarve, Pedro Parreira foi um dos condutores fiscalizados pelos militares da GNR, a quem justificou a sua deslocação atestando que o material informático que transportava na sua carrinha se destinava a uma unidade de saúde algarvia.
“Por mim não vinha. Tenho estado a trabalhar remotamente em casa, mas tive de vir entregar este material, a um hospital, necessário para o combate à covid-19, se não, teria continuado em casa” afirmou à Lusa o técnico de informática.
Assumindo concordar com as restrições impostas pelo Governo à circulação, revelou que a sua visita ao Sul será rápida, já que “assim que entregar o material” estará de regresso a casa onde tem “permanecido” e assim pretende continuar a fazer.
Minutos depois, um outro condutor, António Camacho, é também abordado pelos militares, a quem mostra uma declaração que atesta que a sua profissão de comercial o obriga “a uma deslocação à região”, afirmou o próprio à Lusa.
Depois de mostrarem as respetivas declarações, ambos seguem caminho, com as autoridades policiais a desejarem-lhes votos de bom trabalho e a recordarem que devem cumprir as recomendações do Governo de proibição de deslocação fora do seu concelho.
A meio da manhã, os militares responsáveis pela fiscalização junto às portagens de Paderne recebem a visita do segundo comandante Geral da GNR, Rui Clero, em viagem ao Algarve para verificar os trabalhos no terreno.
Fonte do comando de Faro da GNR revelou à Lusa que aquela corporação está a efetuar várias ações de fiscalização por toda a região, quer nas “estradas de ligação para o resto do país”, quer nas “ligações entre os diversos concelhos algarvios”.
Na quarta-feira, numa ação de fiscalização no nó de Messines da A2, a GNR detetou cerca de uma dezena de condutores sem justificação para se deslocarem ao Algarve, tendo os militares obrigado os mesmos a regressarem ao seu domicílio.
Desde a entrada em vigor da norma que restringe os cidadãos a deslocações apenas dentro do concelho de residência, às 00:00 de hoje – imposição vigora até às 23:59 do dia 13 de abril -, “não se registou qualquer incumprimento”,acrescentou.
A mesma fonte informou que caso o condutor não apresente uma declaração justificativa da sua deslocação “é notificado”, ficando a informação “registada numa base de dados”.
Caso o mesmo condutor seja detetado posteriormente em situação idêntica “incorre num crime de desobediência”, concluiu.
Portugal, onde os primeiros casos confirmados foram registados no dia 02 de março, encontra-se em estado de emergência desde as 00:00 de 19 de março e até ao final do dia 17 de abril, depois do prolongamento aprovado na quinta-feira na Assembleia da República.
As novas restrições de circulação impostas na renovação do estado de emergência estipulam que entre as 00:00 de hoje e as 23:59 de dia 13 de abril, as deslocações não poderão fazer-se para fora do concelho de residência, salvo situações autorizadas, como ir trabalhar.