Skip to content
Postal do Algarve

#liberdadeparainformar
Site provisório

Postal do Algarve

Diariamente, siga online as notícias do Algarve e as mais relevantes de Portugal e do Mundo

Menu
  • Sociedade
    • Ciência
  • Economia
    • Patrocinado
  • Saúde
  • Política
    • Legislativas 2022
  • Cultura
    • Ensino
    • Lazer
  • Desporto
  • Opinião
  • Europe Direct Algarve
  • Edição Papel
    • Caderno Alcoutim
  • Contactos
Menu
Sociedade

Como (sobre)vivem as mulheres no Qatar? E a comunidade LGBT+? [vídeo]

A discriminação e restrição dos direitos das mulheres e da comunidade LGBT+ continuam a ser uma infeliz realidade no país que vai acolher o Mundial de futebol. Mas como vivem estas pessoas? Com que limitações se deparam todos os dias? Saiba o que dizem as leis e conheça os relatos das vítimas

18:51 28 Outubro, 2022 18:52 28 Outubro, 2022 | SIC Notícias
  • Facebook
  • Twitter
  • Messenger
  • Whatsapp
  • Telegram
  • Email
  • Linkedin
  • Pinterest

O mais prestigiado torneio de seleções de futebol do mundo vai realizar-se num país onde os progressos civilizacionais, predominantemente alcançados em várias regiões do globo, tardam ainda em chegar.

As restrições e violações de direitos humanos no que diz respeito às mulheres e à comunidade LGBT+ são uma infeliz realidade em quase todo o Médio Oriente e o Qatar não é exceção.

As mulheres enfrentam diariamente situações de discriminação. A Amistia Internacional (AI) explica que, sob as regras da “tutela masculina” – atribuída geralmente ao marido, pai, irmão, avô ou tio – as mulheres vivem essencialmente dependentes de um homem.

Precisam da autorização deste tutor para decisões importantes, como casar, estudar no estrangeiro, desempenhar funções governamentais ou viajar para o estrangeiro até determinada idade.

Nos casos em que uma mulher queira divorciar-se do marido, a lei também não as protege, dificultando esse desfecho. Além disso, mulheres divorciadas estão impedidas de ficar com a guarda dos filhos.

Como (sobre)vivem as mulheres no Qatar? E a comunidade LGBT+?

O caso de Paola Schietekat

Paola, uma mulher mexicana de 27 anos, chegou ao Qatar em fevereiro de 2020 para trabalhar para o Governo na organização do Mundial 2022. Um ano e meio depois, revelou ter sido vítima de uma agressão sexual.

Paola tentou registar a queixa, mas, quando o fez, o caso virou-se contra ela, com a mexicana a ser acusada de sexo extraconjugal, considerado crime na lei islâmica.

A jovem foi condenada a sete anos de prisão e cem chibatadas. Contudo, foi-lhe oferecida uma alternativa: para se ver livre da pena, teria de casar-se com o agressor.

(Reprodução/Twitter Paola Schietekat)
(Reprodução/Twitter Paola Schietekat)

Paola partilhou a sua história numa publicação no Facebook: “Após este processo, percebi que, apesar dos meus diplomas académicos, preparação profissional, independência financeira e apesar de trabalhar para o Governo do Qatar, sou vulnerável a violações de direitos humanos por instituições arcaicas e abusivas, e incapaz de encontrar proteção no meu consulado”.

A jovem acabou por conseguir sair do Qatar no ano passado e regressou ao México, onde lamentou não ter recebido qualquer apoio jurídico ou diplomático até o caso ganhar mediatismo.

Em abril deste ano, o Governo mexicano informou que o processo penal contra Paola foi devolvido pelo juiz ao órgão equivalente à Procuradoria, depois de os argumentos da defesa terem sido ouvidos. Algo que, na prática, “conclui o processo penal” a favor da jovem mexicana, como a própria informou no Twitter.

“Fui submetida ao exame físico mais invasivo da minha vida”

Várias mulheres australianas que estavam a bordo de um avião da Qatar Airways foram forçadas, em outubro de 2020, a realizar um exame vaginal, após ser descoberto um recém-nascido abandonado no aeroporto de Doha, capital do Qatar.

As mulheres foram retiradas de dentro do avião por seguranças armados e levadas para ambulâncias na pista do aeroporto, onde foram examinadas por enfermeiras. Alegam que os exames não foram consentidos e, na altura, não receberam qualquer explicação sobre o que estava a acontecer. Cada exame durou cerca de cinco minutos e cada uma delas foi posteriormente escoltada até ao avião.

Quando chegaram à Austrália, apresentaram queixa e o caso captou a atenção mediática e mereceu a condenação de vários países. Foi aberta uma investigação na sequência das queixas apresentadas e um funcionário do aeroporto foi condenado a uma pena suspensa.

Como (sobre)vivem as mulheres no Qatar? E a comunidade LGBT+?
MURAD SEZER

À BBC, uma das mulheres recorda que, naquele dia, foi “submetida ao exame físico mais invasivo” da vida dela. Outra conta que tem pesadelos recorrentes com o que aconteceu.

Mais de um ano depois, em novembro de 2021, decidiram voltar a processar as autoridades do Qatar por entenderem que o caso caiu no esquecimento. Acusam o Governo do Qatar, a Autoridade de Aviação Civil do Qatar e a Qatar Airways de agressão e invasão e exigem uma indemnização, um pedido de desculpas formal e a garantia de que casos como o delas não se voltem a repetir.

Para além das mulheres australianas que seguiam naquele voo, os exames ginecológicos foram feitos também a outras mulheres de pelo menos 10 outros voos da companhia aérea.

Como (sobre)vivem as mulheres no Qatar? E a comunidade LGBT+?
MICHAEL PROBST

A perseguição à comunidade LGBT+

Segundo a Amnistia Internacional, quaisquer condutas de cariz sexual entre homens representam um crime, punível com uma pena que pode chegar aos sete anos de prisão.

O Artigo 296 do Código Penal do Qatar refere que “liderar, instigar ou seduzir um homem, de qualquer forma, para cometer sodomia” e “induzir ou seduzir um homem ou uma mulher, de qualquer forma, a cometer atos ilegais ou imorais” é crime.

Como (sobre)vivem as mulheres no Qatar? E a comunidade LGBT+?

Detenções arbitrárias e maus-tratos

A organização não-governamental (ONG) Human Rights Watch (HRW) acusou, a 24 de outubro, a polícia do Qatar de ter detido arbitrariamente membros da comunidade LGBT+, sujeitando-os a maus-tratos. Os testemunhos reunidos pela ONG indicaram que as mais recentes detenções ocorreram em setembro.

“A Human Rights Watch documentou seis casos de espancamentos severos e repetidos e cinco casos de assédio sexual sob custódia policial entre 2019 e 2022. As forças de segurança prenderam pessoas em locais públicos com base unicamente na sua expressão de género e analisaram ilegalmente os seus telemóveis. Como requisito para a sua libertação, as forças de segurança ordenaram que as mulheres transgénero detidas participassem em sessões de terapia de conversão num centro de ‘apoio comportamental’ patrocinado pelo Governo”, indica o comunicado da HRW.

A Human Rights Watch entrevistou seis pessoas, incluindo quatro mulheres transexuais, uma mulher bissexual e um homossexual.

“Todos disseram que agentes do Departamento de Segurança Preventiva os detiveram numa prisão subterrânea (…), onde assediaram verbalmente e sujeitaram os detidos a abusos físicos, alvo de pontapés e socos, até sangrarem. Uma mulher disse que tinha perdido a consciência. Os agentes de segurança também infligiram abusos verbais, extraíram confissões forçadas e negaram aos detidos o acesso a aconselhamento jurídico, família e cuidados médicos. Os seis disseram que a polícia forçou-os a assinar promessas, indicando que iriam ‘cessar a atividade imoral'”, indicou a ONG.

Como (sobre)vivem as mulheres no Qatar? E a comunidade LGBT+?

O momento em que um adepto confrontou um diplomata do Qatar

No passado dia 20 de setembro, um adepto confrontou publicamente o embaixador do Qatar na Alemanha, durante uma conferência sobre direitos humanos no futebol organizada pela federação alemã.

“Sou homem e gosto de homens. Isto é normal, portanto habituem-se ou fiquem fora do futebol. Porque a regra mais importante no futebol é que o futebol é para todos. Não importa se és lésbica ou gay, é para todos. Para os rapazes, para as raparigas, para todos”, afirmou.

“Têm de abolir a pena de morte, têm de abolir todas as penalizações a questões do foro sexual ou de identidade de género. A regra de que o futebol é para todos é muito importante. Não podemos permitir que a quebrem por muito ricos que sejam. São mais do que bem-vindos a juntarem-se à comunidade internacional do futebol e, claro, para receberem um grande torneio. Mas no desporto, é como é, têm de aceitar as regras”, concluiu o adepto.

A representative of Germany's association of fan and ultra groups went on stage to speak to the DFB's conference on human rights in Qatar ahead of the World Cup.

Here's his personal speech on LGBT rights in the country, addressed directly at Qatar's ambassador to Germany. pic.twitter.com/ODYZrsYWyq

— DW Sports (@dw_sports) September 19, 2022

O embaixador não proferiu qualquer palavra nem expressou qualquer reação.

Braçadeiras contra a discriminação

A FIFA tem sido pressionada por várias federações europeias para que os seus capitães usem uma braçadeira com um coração de arco-íris durante os jogos do Mundial, num ato de protesto contra a discriminação.

As duas últimas campeãs mundiais França e Alemanha estão entre as seleções europeias finalistas que aderiram à campanha One Love, que começou nos Países Baixos.

As regras da FIFA proíbem as equipas de apresentar os seus próprios desenhos de braçadeiras para o Mundial e especificam que devem usar equipamentos fornecidos pelo órgão regulador.

Como (sobre)vivem as mulheres no Qatar? E a comunidade LGBT+?
LAURENCE GRIFFITHS

FIFA e Emir do Qatar prometem Mundial “sem discriminação”

Em setembro, o Emir do Qatar deixou uma garantia: todos os adeptos vão ser recebidos no Campeonato do Mundo “sem discriminação”.

Tamim bin Hamad al-Thani afirmou à Assembleia-Geral das Nações Unidas que o povo qatari “abriria portas para todos, sem discriminação, para que possam desfrutar dos jogos e do ambiente fantástico do torneio”.

Como (sobre)vivem as mulheres no Qatar? E a comunidade LGBT+?
VYACHESLAV PROKOFYEV

No mesmo sentido, o presidente da FIFA, Gianni Infantino, tem reafirmado as promessas de um Mundial “inclusivo” e “livre de discriminação”.

Como (sobre)vivem as mulheres no Qatar? E a comunidade LGBT+?
MATT DUNHAM

O organismo que gere o futebol mundial deixou recentemente a garantia de que o uso de bandeiras da comunidade LGBT+ será autorizado nas imediações dos estádios.

Se vai ao Qatar, isto é o que não pode mesmo fazer (andar de mãos dadas em público pode dar prisão)
  • Texto: SIC Notícias, televisão parceira do POSTAL
Retrato do Qatar: o palco de um Mundial de inéditos num país árabe

Últimas

  • Abertas inscrições para o concurso “Palco RUA – Música Já!” que vai promover projetos algarvios originais
    Abertas inscrições para o concurso “Palco RUA – Música Já!” que vai promover projetos algarvios originais
  • Lapsos de memória ou demência? Neurocientista revela 5 sinais de alerta
    Lapsos de memória ou demência? Neurocientista revela 5 sinais de alerta
  • Alcoutim: Associação Natureza de Portugal prevê remover a barreira fluvial de Galaxes até à próxima semana
    Alcoutim: Associação Natureza de Portugal prevê remover a barreira fluvial de Galaxes até à próxima semana
  • VRSA: Penhoras de empréstimos contraídos pela SGU colocam em risco património municipal
    VRSA: Penhoras de empréstimos contraídos pela SGU colocam em risco património municipal
  • Morreu Paul O’Grady, apresentador, comediante e ‘drag queen’
    Morreu Paul O’Grady, apresentador, comediante e ‘drag queen’

Opinião

  • Educação para a paz | Por Ludgero Faleiro
    Educação para a paz | Por Ludgero Faleiro
  • Leitura da Semana: Medir o Racismo, Vencer as Discriminações, de Thomas Piketty | Por Paulo Serra
    Leitura da Semana: Medir o Racismo, Vencer as Discriminações, de Thomas Piketty | Por Paulo Serra
  • Geração de 70 e a sociedade atual | Por Ludgero Faleiro
    Geração de 70 e a sociedade atual | Por Ludgero Faleiro

Europe Direct Algarve

  • Hoje a Comissão Europeia lança a primeira edição do Dia dos Autores Europeus
    Hoje a Comissão Europeia lança a primeira edição do Dia dos Autores Europeus
  • Comissão Europeia alerta para verão ainda mais seco nos países do Mediterrâneo
    Comissão Europeia alerta para verão ainda mais seco nos países do Mediterrâneo
  • União Europeia 2030, os termos da sua autonomia estratégica | Por António Covas
    União Europeia 2030, os termos da sua autonomia estratégica | Por António Covas
Há um novo POSTAL do ALGARVE nas bancas com o Expresso 🌍
  • Política de Privacidade, Estatuto Editorial e Lei da Transparência
Configurações de privacidade
©2023 Postal do Algarve