A agência da ONU para o clima prevê que o fenómeno natural “La Niña” se prolongue até ao final do ano, o que significa que, pela primeira vez este século, o fenómeno terá ocorrido em três anos seguidos. Normalmente, o “La Niña” ocorre em intervalos de dois a sete anos.
O que é o “La Niña”?
De acordo com o IPMA, o fenómeno, oposto ao “El Niño”, corresponde ao “arrefecimento anómalo das águas superficiais” do Oceano Pacífico Central e Oriental. É um fenómeno natural que produz fortes mudanças na dinâmica geral da atmosfera, alternando o comportamento climático.
O que está em causa?
A agência da ONU para o clima afirmou esta quarta-feira que o “La Niña” está a ganhar intensidade, sobretudo na região do Pacífico equatorial oriental e central, com um aumento dos ventos alísios nas últimas semanas.
“É excecional ter três anos consecutivos com um evento ‘La Niña’. Devido ao arrefecimento [das águas do Pacífico] o aumento das temperaturas globais está a desacelerar, mas não interromperá ou reverterá a tendência de aquecimento de longo prazo”, avisou a ONU.
Habitualmente, o “La Niña” é responsável pelo surgimento de furacões no Atlântico, menos chuva e mais incêndios florestais. Atinge a intensidade máxima no final desse ano e dissipa-se em meados do ano seguinte. Mas não é comum que ocorra todos os anos.
Juntos, os dois fenómenos – “El Niño” e “La Niña” – têm um dos maiores efeitos naturais sobre o clima, por vezes intensificando os efeitos das alterações climáticas, outras vezes atenuando-os.
- Texto: SIC Notícias, televisão parceira do POSTAL