O Boavista saiu hoje provisoriamente da zona de despromoção da I Liga portuguesa de futebol, ao vencer na receção ao Portimonense, por 1-0, em jogo da 33.ª e penúltima jornada.
O equatoriano Porozo resolveu o encontro, com um golo aos 71 minutos, marcando o regresso dos ‘axadrezados’ aos triunfos, após seis jogos sem vencer, enquanto os algarvios somaram a terceira derrota seguida.
O Boavista subiu ao 15.º posto, o primeiro acima da zona de despromoção, com mais dois pontos de Rio Ave, que hoje recebe o FC Porto, e Farense, que venceu em casa ao Tondela, por 1-0, enquanto o Portimonense segue no 13.º lugar, com os mesmos 34 pontos do Marítimo, anfitrião do Vitória de Guimarães, no domingo.
Boavista ganha fôlego na fuga à descida ao vencer Portimonense
Um golo vitalizador de Jackson Porozo permitiu hoje ao Boavista respirar melhor na luta pela manutenção na I Liga de futebol, ao assegurar o triunfo caseiro sobre o Portimonense, por 1-0, em jogo da 33.ª e penúltima jornada.
No Estádio do Bessa, no Porto, o equatoriano marcou aos 71 minutos e devolveu os ‘axadrezados’ às vitórias seis jogos depois, enquanto os algarvios somaram a terceira derrota seguida e desperdiçaram a hipótese de resolver já as contas da permanência.
O Boavista subiu ao 15.º posto, com 33 pontos, por troca com o Rio Ave, que hoje recebe o FC Porto e desceu provisoriamente ao lugar de acesso ao ‘play-off’ de permanência, ao passo que o Portimonense é 13.º e tem mais um ponto do que o adversário desta tarde.
Mais pressionados na fuga à despromoção e com quatro trocas face à derrota diante do novo campeão nacional Sporting (1-0), os portuenses começaram por encontrar pouco espaço para dar fluidez no último terço e importunar o guarda-redes algarvio Samuel.
Um livre alto de Gustavo Sauer, aos 21 minutos, e um cabeceamento fraco de Adil Rami, aos 42, resumiu a produção atacante da equipa de Jesualdo Ferreira na primeira parte, perante um oponente menos ansioso, mas com igual desinspiração coletiva na decisão.
Paulo Sérgio operou duas mexidas em relação ao desaire com o Moreirense (2-1) e teve de se contentar apenas com duas iniciativas de longe de Dener, aos 15 minutos, e Beto, aos 22, ambas incapazes de evitar o marasmo de ideias que perdurou até ao intervalo.
O ‘nulo’ só favorecia as pretensões do Portimonense e estimulou o Boavista a mostrar outro atrevimento na segunda etapa, expresso em remates ao lado de Sebastián Pérez, servido por Paulinho, aos 52 minutos, e Ricardo Mangas, descaído na esquerda, aos 57.
O desafio incrementava de ritmo e Jesualdo Ferreira reforçou a linha ofensiva com Yusupha perto da última meia hora, tendo colhido frutos aos 71 minutos, graças a um canto batido na direita por Angel Gomes e afastado de forma incompleta por Samuel.
A bola sobrou para a entrada da área, onde Sebastián Pérez atirou de pronto, com Jackson Porozo a desviar de forma subtil para o fundo das redes algarvias, serenando as hostes ‘axadrezadas’ e obrigando a formação de Paulo Sérgio a adiantar-se no terreno.
O Portimonense inverteu o ascendente do Boavista na posse e quase resgatou um ponto precioso aos 89 minutos, quando Léo Jardim tirou a bola dos pés de Beto, que já se preparava para marcar, e aos 90+2, com Fabrício a cabecear ligeiramente ao lado.
Declarações
Declarações após o jogo Boavista-Portimonense (1-0), da 33.ª jornada da I Liga de futebol, disputado hoje no Estádio do Bessa, no Porto:
– Jesualdo Ferreira (Treinador do Boavista): “Era importante vencer este jogo e penso que o ganhámos bem. A equipa teve uma atitude muito boa e lutou contra um oponente muito forte atleticamente. Até pouco antes de fazermos o golo, dominámos completamente.
Controlámos espaços, fizemos adaptações e mudámos a nossa capacidade ofensiva. Depois do golo, sabem porque é que reagimos assim: é o problema de segurar este resultado. Chegámos ao limite e não havia mais jogos para atingir os nossos objetivos.
A equipa foi capaz de defender bem, algo que fez durante o jogo todo de forma simples, com sacrifício e entreajuda grandes, perante o jogo direto do Portimonense. Foi uma vitória justa e do crer, que premeia muito daquilo que temos feito e não tem servido para pontuar. Não sei como vai ficar [o jogo Rio Ave-FC Porto], mas vamos procurar ganhar o próximo jogo.
Os adeptos podem estar tranquilos, porque esta equipa passou por muitas adaptações e reorganizações necessárias, mas tem jogadores que lutam sempre. Posso prometer que no próximo jogo faremos igual ou melhor do que esta tarde. Podemos qualificar a equipa de boa ou má, mas ninguém vai dizer que algum destes jogadores vai deixar de lutar.
Não podemos esquecer que eles também estão à procura de objetivos pessoais, que muitas vezes não são fáceis de conseguir. Há que olhar para frente de forma positiva. Sempre confiei nesta equipa e o meu trabalho foi fazer acreditar os jogadores de que era possível chegar a níveis qualitativos bons para se poder ganhar jogos e pontos na I Liga.
O Farense ganhou e o Rio Ave ainda vai jogar com o FC Porto, mas, sinceramente, não vou estar à espera do resultado, porque eu sei o que temos de fazer. Neste momento, estamos por cima, portanto não vou estar preocupado com isso. Depender de nós neste último jogo é fundamental, sendo que defrontaremos um Gil Vicente muito forte.
No início, alguém perguntou se achava esta época a mais difícil da minha carreira. Disse que não sabia. De facto, foi a mais difícil de todas. Tive de me habituar a ir para uma competição e prever três resultados. Por norma, previa sempre um e, no máximo, dois.
Viver com isso fez-me melhor treinador. Viver com os atletas de nula experiência numa competição deste nível foi ainda melhor. Penso que eles são melhores do que no princípio, mas essa tal sorte não teve muito do nosso lado. Muitas vezes, não tivemos sorte por falta de competência e tivemos competência sem sorte. Tudo isto foi decisivo”.
– Paulo Sérgio (Treinador do Portimonense): “Acho que o Boavista foi feliz na forma como alcançou o golo. Durante 94 minutos não os deixámos enquadrar um remate na baliza. Fizemos um jogo quase taticamente irrepreensível, mas o Boavista teve felicidade.
A felicidade caiu para o lado do Boavista, num jogo em que o empate claramente era o resultado mais justo. Soubemos ter bola, mas o momento em que o golo do Boavista surge dificultou-nos bastante a recuperação no final. Acima de tudo, não fomos felizes.
Preconizámos um sistema tático híbrido. Houve muitos momentos em que o Boavista se apresentou como ultimamente, a jogar com dois homens na frente. Tanto estávamos com três centrais, como com um deles a fazer de ‘trinco’ para acompanhar o Angel Gomes.
Não era um sistema de três defesas estanque. No primeiro tempo, o Boavista colocou o Sauer na direita e nós apenas mudámos a pressão na frente. Acho que funcionou muito bem em termos táticos. O Boavista não conseguiu criar ocasiões e tivemos muita bola.
Não fomos tão incisivos como eu gostaria nos movimentos, mas a experiência da retaguarda do Boavista também retirava esse espaço. Tivemos o jogo completamente controlado de princípio a fim, mas não fomos felizes como obtivemos este resultado.
Foi pena. Não deveríamos ter chegado até aqui na decisão. Merecíamos mais pelas dificuldades e episódios que tivemos durante a temporada. Se houve um momento com três vitórias seguidas e poderíamos terminar com algo mais, entretanto não vencemos.
Estamos na briga, com muitos outros envolvidos, que estão em muito pior situação que nós, e lutaremos até ao fim para dignificar o emblema que trazemos ao peito. Seria um erro pensarmos em facilidades. Nada nesta vida, e muito menos para nós, é fácil.
Temos de estar muito focados e concentrados para saber o que fazer dentro do terreno, esperando também que a sorte venha um pouco para o nosso lado. Isso às vezes ajuda as equipas a serem felizes, até porque nem sempre ganha quem merece, mas é futebol.
Estamos fora dos lugares de descida e não tem que haver nenhum stress. Temos é de estar humildes e animados no próximo treino, sem meter a cabeça debaixo do chão”.
Ficha técnica
O Boavista venceu hoje o Portimonense por 1-0, em jogo da 33.ª jornada da I Liga portuguesa de futebol, disputado no Porto.
Jogo no Estádio do Bessa, no Porto
Boavista – Portimonense, 1-0
Ao intervalo: 0-0
Marcador:
1-0, Jackson Porozo, 71 minutos.
Equipas:
– Boavista: Léo Jardim, Jackson Porozo, Adil Rami, Chidozie, Reggie Cannon, Sebastián Pérez (Show, 75), Paulinho, Gustavo Sauer (Yusupha, 61), Ricardo Mangas, Alberth Elis e Angel Gomes (Nuno Santos, 83).
(Suplentes: Rafael Bracali, Nuno Santos, Yusupha, Show, Yanis Hamache, Jeriel De Santis, Cristian Devenish, Kuku Fidelis e Tiago Morais).
Treinador: Jesualdo Ferreira.
– Portimonense: Samuel, Lucas Possignolo (Anderson, 78), Willyan, Maurício, Fahd Moufi, Dener (Bruno Moreira, 87), Pedro Sá (Ewerton, 73), Koki Anzai, Beto, Aylton Boa Morte (Poha, 87) e Fabrício.
(Suplentes: Ricardo Ferreira, Ewerton, Anderson, Henrique, Bruno Moreira, Lucas Tagliapietra, Jafar Salmani, Fali Candé e Poha).
Treinador: Paulo Sérgio.
Árbitro: Hugo Miguel (AF Lisboa).
Ação disciplinar: Cartão amarelo para Dener (29), Sebastián Pérez (38), Chidozie (48), Willyan (63), Paulinho (66), Pedro Sá (67), Fahd Moufi (76) e Ricardo Mangas (90+5).
Assistência: Jogo realizado à porta fechada devido à pandemia de covid-19.