Tenho saudades de ti Avó. Saudades daquelas que sufocam. Daquelas que doem e que nos desarmam por completo. Onde estás Avó? Sei que partiste, mas uma dúzia de anos sem ti doem infinitamente mais que um milhão de valentes chapadas. Dava tudo para te ter de volta. Queria tanto que voltasses a ralhar comigo por não ter comido a sopa toda. Ou por ter chegado mais tarde a casa do que devia. Queria tanto, mas mesmo tanto, poder voltar a escutar os teus ensinamentos. Sempre sonhaste ser professora, e nem eu me apercebia que em casa já eu estava numa turma, de um só aluno, e logo com a melhor das docentes. Que sortudo fui eu!
Onde estás quando eu continuo a precisar dos teus conselhos? És tu a estrela que está a guiar tão bem o meu caminho? Diz-me por favor! Mas que raio de vida é esta que não me permitiu agradecer-te por tudo aquilo que fizeste por mim? Avó, aparece só uma vez que seja, para eu te dizer obrigado e te dar um beijinho.
Hoje escrevo-te a chorar, com esperança que estejas a sorrir.