No passado dia 11 de janeiro do corrente, a delegação do Algarve da Associação Nacional de Jovens Empresários (ANJE), difundiu um artigo de opinião assinado por mim, enquanto Director Nacional pelo Algarve, intitulado “Exploração petrolífera no Algarve: uma ideia a considerar sem tabus”. Nesse artigo, defendo que não devemos ter “(…) uma visão maniqueísta e preconceituosa sobre esta questão”, devemos sim falar abertamente sobre o assunto, sem tabus nem preconceitos, com o intuito de esclarecer a população, onde eu próprio me incluo. Nesse artigo, refiro que “(…) o Algarve não deve recusar liminarmente o investimento num sector com tantas potencialidades económicas como o energético”, sendo de salientar que em nenhum momento assumo liminarmente que sou a favor da exploração de hidrocarbonetos (petróleo e gás natural) na região do Algarve, quer seja no mar ao largo do Algarve e/ou em terra. Assumo sim a minha posição de que se deve dar lugar ao debate e ao esclarecimento da população sobre todo o processo, uma posição de diálogo aberto fundamentada com base na informação que detinha no momento.
Ao final da tarde do mesmo dia, na sede da Comunidade Intermunicipal do Algarve (AMAL), decorreu uma reunião onde estiveram presentes o presidente da AMAL e os representantes das diversas associações empresariais do Algarve, a saber ACRAL, AHETA, AIHSA, ANJE, CEAL e NERA, em que o único ponto em cima da mesa foi precisamente a prospecção e pesquisa de petróleo no Algarve. Foram prestadas informações e esclarecimentos que clarificaram o peso do Turismo do Algarve na economia nacional, isto é, os mais de 150 mil postos de trabalho que o Turismo na região possibilita e os 10 mil milhões de euros que o mesmo gera para a economia nacional, bem como a inexistência de qualquer tipo de contrapartidas para a região/população e a inexistência de um plano de emergência no caso de uma catástrofe, entre outros aspectos.
Detentor de mais informação, e vendo esclarecidas algumas das minhas dúvidas, a minha opinião sobre o assunto consolidou-se com os novos factos e dados apresentados, de forma clara e assertiva. Contudo, continuo a defender que o assunto não deve, nem pode, ser tratado como um tabu, pois a população tem o direito e deve ser esclarecida. No final da reunião foi tomada uma posição conjunta dos autarcas, dos empresários e da minha pessoa enquanto representante associativo dos jovens empresários, indo ao encontro da ideia de que, no Algarve, não cabe lugar à prospecção e pesquisa de petróleo. O caminho a seguir é sim o da potenciação dos recursos endógenos e de indústrias não poluentes ou limpas, com recurso às energias renováveis, catapultando assim a economia local e regional.
É legitimo alterar a minha posição/opinião sobre um assunto, uma vez que demonstra estar atento e interessado aos assuntos da região, sendo um sinal de evolução e crescimento. Nas voltas que o mundo dá, a luz do esclarecimento vem-nos brindar com cintilantes verdades que sanam incompreensões de outrora.