Hoje ninguém ignora que a prudência no uso dos antibióticos é uma questão elementar da saúde pública, à escala mundial. Por isso mesmo, é alerta recorrente, todos nós, sem exceção, devemos estar sensibilizados para a responsabilidade desse uso prudente.
No âmbito da Semana Mundial dos Antibióticos, uma iniciativa da organização mundial da saúde, assinala-se em 18 de Novembro o dia europeu dos antibióticos, e a Direção-Geral de Saúde lançou um microsite onde se podem encontrar informações úteis acerca do uso correto deste tipo de medicamento. De acordo com a informação divulgada prevê-se que, se não modificarmos radicalmente os nossos comportamentos, em 2050 o uso indevido destes fármacos poderá conduzir à morte milhões de pessoas em todo o mundo por infeções causadas por bactérias resistentes aos antibióticos. Para reforçar os esforços de promoção do uso criterioso dos antibióticos nos hospitais, a DGS através do site (https://www.dgs.pt/ms/14/pagina.aspx?ur=1&id=5514) disponibiliza material educativo dirigido à população e aos profissionais de saúde.
A DGS aconselha práticas como “Quando tiver febre, dor de cabeça ou garganta não tome logo antibióticos”, “Cumpra cuidadosamente a duração do tratamento e o horário das tomas”, “Não guarde em casa sobras de embalagens de antibióticos nem os deite fora, devolvendo-os numa farmácia”. Também o INFARMED procura sensibilizar nomeadamente os encarregados de educação para o assunto, publicando dois livros que se podem descarregar no site (http://www.infarmed.pt/web/infarmed/infarmed/-/journal_content/56/15786/2325707). Importa não esquecer que o uso abusivo dos antibióticos favorece o contacto frequente das diversas bactérias com eles. Ora as bactérias sofrem alterações ou mutações de forma a conseguir conviver com os antibióticos, resistindo-lhes. Deste modo, as bactérias inicialmente sensíveis ao efeito dos antibióticos dão progressivamente sinais de resistência à sua ação. É isto que se chama resistência bacteriana: quando há uma verdadeira infeção bacteriana, o seu controlo é dificultado, porque existe uma grande probabilidade da bactéria sobreviver ao contacto com o antibiótico escolhido para o tratamento. Também o uso incorreto de antibióticos, entendido como o não cumprimento da dose receitada ou dos intervalos entre doses indicados e a interrupção da toma antes do fim do período de tratamento recomendado pelo médico. É um facto que promove não só recaídas com o consequente prolongar do tratamento com maior exposição a antibióticos, mas também a seleção de bactérias resistentes. Pode pois compreender-se com o uso do antibiótico sem o diagnóstico médico prévio e a sua utilização descuidada vai favorecer a resistência aos antibióticos. Cada um de nós pode contribuir a título individual para evitar a resistência aos antibióticos só os tomando quando eles são prescritos pelo médico e prevenindo as infeções pela prática de uma boa higiene, cozinhando bem os alimentos dentro das chamadas regras da segurança alimentar.