A situação epidemiológica no âmbito da pandemia de covid-19 no Algarve mantém-se “estável”, com o aumento do número de casos a manter-se inferior a 5%, afirmaram hoje as autoridades de saúde regionais.
“A situação epidemiológica no Algarve mantém-se estável, diria, até mesmo, confortável em relação à situação do país e mesmo do mundo” afirmou aos jornalistas a delegada regional de Saúde do Algarve, Ana Cristina Guerreiro.
Em conferência de imprensa no Comando de Emergência e Proteção Civil do Algarve, em Loulé, o presidente da Administração Regional de Saúde (ARS) do Algarve, Paulo Morgado, reforçou que a evolução da doença na região “atingiu uma fase de planalto, com um aumento nos últimos dias inferior a 5%”.
Segundo Ana Cristina Guerreiro, dos 305 casos reportados à data de hoje na região pela Direção-Geral da Saúde, “24 encontram-se internados e apenas cinco a necessitar de cuidados intensivos”.
Ao todo, há 7.162 pessoas com testes negativos e 411 “em vigilância ativa e que têm o dever de ficar em suas casas”, com as forças de segurança a “fazerem essa vigilância todos os dias”, frisou aquela responsável.
Por seu turno, Paulo Morgado defendeu que as medidas de cuidados sanitários e afastamento social reduziram “a transmissão da doença” e que deve ser mantidas “durante mais algumas semanas”, mas apesar dos dados serem favoráveis, “não pode fazer com que se baixe a guarda”.
Segundo Ana Cristina Guerreiro, há três locais onde as autoridades fazem uma vigilância permanente a trabalhadores rurais, em cujas comunidades têm surgido focos da covid-19: em Tavira, Armação de Pêra (Silves) e Albufeira.
Em Tavira, estão divididos em dois grupos, um está numa zona de apoio à população, com 19 positivos, e outro “está em observação na sua habitação de trabalho, já que contactou com um caso positivo”.
Em Armação de Pêra, o grupo “tem vindo a alargar-se de forma tranquila, com alguns positivos casos a surgirem à medida que se vai fazendo a pesquisa nos contactos próximos”.
Albufeira tem nesta altura duas comunidades a serem acompanhadas com “um grupo localizado num apartamento com pessoas negativas e um outro grupo que tem vindo a ser alargado com mais casos positivos”.
O lar de idosos de Boliqueime onde no dia 3 de abril foram detetados 21 casos positivos “tem nesta altura 26 casos positivos” nas suas instalações e “mais cinco pessoas que testaram negativo, mas que tiveram de ficar, pela sua limitação física ou demência”, revelou.
Num hotel em Vilamoura mantém-se “um grupo com 22 pessoas que testaram negativo”, sendo que duas tiverem se ser internadas no hospital de Faro na noite de quinta-feira “devido a outras patologias, que não a covid-19”, adiantou.
Segundo o presidente da ARS/Algarve, depois de um período com falta de reagentes para a realização de testes no Algarve, esse material já está disponível na região para que se realizem testes “pelo menos durante uma semana”, tendo sido dada uma “garantia dos fornecedores que irão manter o fornecimento constante”.
Paulo Morgado referiu que Centro Académico de Investigação e Formação Biomédica do Algarve (ABC), responsável por testar os utentes do lares da região, deverá terminar essa ação “dentro de duas semanas”.
O presidente da Comissão Distrital da Proteção Civil do Algarve, António Pina, afirmou, por seu turno, que o período da Páscoa mereceu a preocupação das autoridades, mas quem estava na Algarve “acedeu ao pedido para se portaram bem”, como demonstra a estabilidade no números de novos casos.
António Pina deixou, no entanto, um alerta, numa altura em que se aponta o final do estado de emergência para o início de maio”, destacando que as próximas duas semanas “são determinantes para que se possa voltar à vida com a normalidade possível” e que “estes 15 dias não são para sair de casa”.
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