Maria Silva, a agente de viagens que burlou Cristiano Ronaldo em 288 mil euros, viu a pena suspensa de quatro anos a que tinha sido condenada em 2017 ser finalmente extinta. Maria tinha de entregar 9600 euros à agência de viagens para não ser presa, mas apenas conseguiu devolver 6050. A Justiça decidiu, no entanto, agora perdoar os 3550 euros que ainda estavam em falta, revela o Correio da Manhã.
Segundo a mesma fonte, um juiz do Tribunal de São João Novo, no Porto, tomou essa decisão em concordância com o Ministério Público. A Geostar, agência de viagens para a qual a arguida trabalhava, queria que a mulher fosse forçada a pagar todo o valor. O magistrado tinha, no entanto, já estendido o prazo até ao limite máximo de cinco anos permitido para as suspensões das penas.
“A arguida não pagou o montante fixado na condição suspensiva, por não ter condições económicas para o fazer. Logo, e não sendo possível prorrogar o prazo de suspensão da pena e não se apurando o incumprimento doloso da condição suspensiva e tendo todas as restantes condições de suspensão da pena sido cumpridas de modo satisfatório, nada mais resta a este tribunal do que declarar extinta a pena”, considerou o juiz no despacho.
O caso ocorreu entre 2007 e 2010. A arguida, de 55 anos, trabalhava para a agência, mas tinha um balcão na Gestifute, no Porto. Era ela que marcava as viagens para vários jogadores de futebol, incluindo para Cristiano Ronaldo.
Maria tinha acesso ao cartão de crédito do jogador e foi assim que se apoderou dos elevados montantes. Outros futebolistas também foram lesados.
Maria Silva foi também condenada em tribunal a pagar mais meio milhão de euros à Geostar. Até agora apenas entregou um imóvel avaliado em 84 mil euros.
“Analisando os factos temos desde logo que o montante subtraído foi de cerca de meio milhão de euros, não se sabendo qual foi o destino que a arguida lhe deu, nem tampouco se ainda tem tais valores na sua disponibilidade. Verifica-se que a arguida tem rendimentos próximos do salário mínimo, sendo-lhe muito difícil angariar dinheiro para pagar tal indemnização. O único bem que lhe foi encontrado, foi penhorado e vendido”, lê-se no despacho do Tribunal de S. João Novo.
Nos últimos anos, a mulher enfrentou diversas dificuldades financeiras. Começou a efetuar limpezas em estabelecimentos de ensino e a última informação dá conta de que ganha cerca de 700 euros. Pela renda da casa, onde vive com um companheiro em Vila Nova de Gaia, a mulher suporta 300 euros.