Com este comentário apenas se dá eco ao que todos sentimos. E no final da leitura fica tudo na mesma, apenas fica a vontade e a revolta para se fazer algo para que responsavelmente as coisas mudem.
Nos últimos anos o funcionamento da Administração Pública piorou consideravelmente e contudo batemos o recorde de funcionários públicos o que é lamentável.
Os horários de trabalho foram reduzidos de 40 para 35 horas semanais. Os que pagam impostos, no setor privado trabalham 40 horas e com esse suor fazem andar a economia e geram riqueza para 700 mil que estão a passear nessas mais 5 horas de ócio.
E sente-se e sabe-se que com férias, faltas, licenças, baixas duvidosas, horários contínuos e outros esquemas de falso controlo de assiduidade, o tempo real de trabalho na função pública é bem inferior ao suposto.
E todos sabemos dos papéis que não recebemos, das licenças e autorizações que se aguardam tempos infinitos e das esperas em filas intermináveis. Apesar das muitas soluções online que não funcionam ou que demoram muito para lá do prometido.
Sentimos que a Justiça não funciona bem, não nos merece confiança e em nada foi reformada. Apenas se aumentaram os vencimentos dos magistrados, sem se resolver nada do que há a resolver.
A Saúde está um caos e a COVID não serve de desculpa para tudo. Faltam médicos e o mau funcionamento e desorganização são evidentes. Quem não tem dinheiro para ir aos estabelecimentos privados, sente a falência do Serviço Nacional de Saúde.
Quem tem que fazer investimentos sofre a aguardar papéis que nunca chegam a horas. Todos os serviços têm uma explicação da treta para os prazos que não cumprem. Os cidadãos é que têm prazos a cumprir e multas a pagar. Fez-se um Código do Procedimento Administrativo que os serviços públicos de um modo geral ignoram.
Na Segurança Social, nas CCDRs ou em outros serviços onde as candidaturas a financiamentos aguardam anos por decisões, ninguém se incomoda com o atraso que se provoca na vida das empresas.
Nos últimos anos nada se reformou para bem do funcionamento e da responsabilização da Administração Pública.
Quando se telefona para algum sítio, ouve-se música e gravações numéricas infindáveis que tantas vezes não passam apenas disso e do outro lado, durante horas e horas ninguém atende ou se atende é para dizer que a pessoa procurada não está.
É revoltante o sentimento de desleixo e de desprezo pelos interesses das pessoas e das empresas.
O IEFP alimenta milhares de pessoas que objetivamente não querem trabalhar e não temos pessoal para as empresas funcionarem a não ser asiáticos. Uma vergonha.
Num país em que a Administração Pública não funciona, não se pode criar riqueza e não se pode gerar desenvolvimento. Os pobres continuam pobres e os remediados caminham para pobres também.
Temos que ter a indignação e a revolta para que o sentimento de injustiça nos leve a impor que apareça a coragem de mudar o que está manifestamente mal. Quem paga impostos e quem trabalha com seriedade merece uma nova e diferente atitude dos serviços públicos.