As gripes, juntamente com a covid-19 e outras infeções respiratórias, as gastroenterites e as alergias estão a deixar os serviços de urgência pediátricos à beira do colapso, à semelhança do que acontece nos serviços de urgência hospitalares de adultos. De acordo com o jornal “Público”, as urgências pediátricas estão a atingir picos que em alguns casos chegam a suplantar níveis pré-pandémicos, como é o caso das urgências do D. Estefânia (Lisboa) e a do hospital de São João (Porto). Em média, as urgências estão a receber mais cerca de uma centena de crianças por dia do que no mesmo período pré-pandemia.
Esta segunda-feira, aquele hospital de Lisboa somou 384 atendimentos, tendo chegado às 400 crianças na semana anterior. Em março, a média foi de 290 atendimentos por dia. No Porto, o cenário é parecido: “em números redondos, de uma média de 250 episódios na fase de inverno antes da pandemia passou-se para 350 este mês”, diz o diretor deste serviço de fim de linha da região Norte, Ruben Rocha.
“Estamos numa fase de transição de vários vírus respiratórios que se conjugam no mesmo ponto temporal, fazendo com que a taxa de infeções respiratórias aumente de uma forma acentuada. Mas esta afluência também é fruto da cultura de elevado recurso às urgências”, enfatiza o médico do Porto.
O diretor da área pediátrica da unidade do hospital D. Estefânia, Gonçalo Cordeiro Ferreira, diz que as urgências pediátricas têm recebido “quase tantos (episódios) como os da urgência de adultos, que tem muito mais médicos”.
- Texto: Expresso, jornal parceiro do POSTAL