A OMS Europa assinalou que a situação da pandemia no continente é grave apesar de sinais de abrandamento de contágios, numa altura em que se superou a marca de um milhão de mortos com covid-19 na região europeia.
“Temos que ser claros: sinais iniciais de queda [do número de novas infeções] não é o mesmo que taxas de transmissão baixas. A transmissão tem que descer e manter-se em níveis baixos”, defendeu o diretor europeu da Organização Mundial de Saúde (OMS), Hans Kluge, em conferência de imprensa.
Hans Kluge indicou que desde que foram detetados os primeiros casos de infeção pelo SARS-CoV-2 na Europa, em 2020, já houve mais de um milhão de mortes atribuídas à covid-19, uma marca acabada de ultrapassar e que todas as semanas são diagnosticados 1,6 milhões de novos casos.
A incidência da doença está a reduzir-se na população mais idosa, o que a OMS atribui aos efeitos da vacinação, registando-se ainda uma redução para 30 por cento da mortalidade com covid-19 entre pessoas com mais de 80 anos, a proporção mais baixa desde há um ano.
No entanto, a pressão sobre os sistemas de saúde continua em “níveis altos” e há relatos de saturação dos hospitais em países de toda a região europeia, assinalou Hans Kluge, indicando que em França, o número atual de internamentos em enfermaria e unidades de cuidados intensivos não era tão alto há um ano.
O responsável da OMS Europa considerou que é preciso continuar a vacinação e reiterou que os casos de trombose entre os 200 milhões de pessoas que foram inoculadas com a vacina da AstraZeneca são “um número muito pequeno”.
“Não deve haver qualquer dúvida quanto a isto: a vacina da AstraZeneca é eficaz na redução de hospitalizações por covid-19 e na prevenção de mortes. A OMS recomenda a todos os adultos saudáveis que se protejam contra o SARS-CoV-2 o mais cedo possível”, apelou.
A OMS está também a monitorizar possíveis efeitos semelhantes da vacina da Janssen, suspensa nos Estados Unidos por causa de coágulos sanguíneos em algumas pessoas que a tomaram.
A pandemia de covid-19 provocou, pelo menos, 2.974.651 mortos no mundo, resultantes de mais de 138,2 milhões de casos de infeção, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.
Em Portugal, morreram 16.931 pessoas dos 828.857 casos de infeção confirmados, de acordo com o boletim mais recente da Direção-Geral da Saúde.
A doença é transmitida por um novo coronavírus detetado no final de 2019, em Wuhan, uma cidade do centro da China.