Agosto está a terminar e com isso estamos mais perto das férias acabarem e das idas à praia começarem a ser mais raras. Muitas pessoas preocupam-se em ficar bronzeadas no verão, mas segundo uma nova experiência realizada na Universidade de Tel Aviv, em Israel, não ficar tão rapidamente bronzeado pode até ser uma coisa positiva para a sua saúde.
Uma equipa liderada pelo biólogo molecular Nadav Elkoshi, da Universidade de Tel Aviv, em Israel realizou experiências com pele humana e de rato e fez a seguinte descoberta: o processo de ficar bronzeado só ocorre após de a pele ter tratado da reparação de emergência do ADN.
Nadav Elkoshi explicou o fenómeno levantando a hipótese de que o atraso no bronze é resultado de uma priorização de recursos levados a cabo pelo nosso corpo.
“Temos dois mecanismos concebidos para proteger a pele da exposição a radiações UV perigosas. O primeiro mecanismo repara o ADN nas células da pele danificadas pela radiação, ao passo que o segundo mecanismo envolve o aumento da produção de melanina, que escurece a pele para a proteger de futuras exposições à radiação”.
O que acontece é que todos os recursos da célula mobilizam-se para reparar os danos causados pela radiação o mais rapidamente possível. Só uma vez concluída essa tarefa é que há um direcionamento de recursos para a produção de melanina.
Os investigadores começaram por expor a pele humana que foi obtida de doentes operados com consentimento e cultivada em placas de Petri, à radiação UVB.
Daí perceberam que a ATM, uma proteína quinase, que é ativada por danos no ADN e é fundamental para a reparação celular, entra sempre em ação pouco depois de haver exposição à radiação UVB.
De seguida foi só desencadear a ativação da ATM na ausência de exposição de UVB. Esta fase da experiência foi realizada com ratos e com amostras de pele humana, em placas de Petri. A pele de ratos e de humanos teve a mesma resposta, o bronzeado desenvolveu-se após um intervalo, mesmo na ausência de radiação nociva.
“A informação genética deve ser protegida das mutações, pelo que este mecanismo de reparação tem precedência no interior da célula durante a exposição à radiação ultravioleta do sol. O mecanismo de reparação do ADN diz essencialmente a todos os outros mecanismos da célula: ‘Parem tudo e deixem-me trabalhar em paz’. Um sistema paralisa efetivamente o outro, até que a correção do ADN atinja o seu pico, o que ocorre algumas horas após a exposição aos raios UV”, salientou Carmit Levy, bioquímica e bióloga molecular da Universidade de Tel Aviv.
Os investigadores acreditam que “esta descoberta científica revelou um mecanismo molecular que poderá servir de base a novas investigações que poderão conduzir a tratamentos inovadores que proporcionarão a máxima proteção da pele contra os danos causados pela radiação”.
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