A ministra da Saúde revelou hoje que foram registados, entre 01 e 07 de maio, 52 surtos de infeção por covid-19 em lares no Norte, Lisboa e Vale do Tejo, Alentejo, Algarve e Centro e 13 em empresas privadas.
“De 01 a 07 de maio registaram-se, neste universo, surtos em 52 estruturas residenciais para idosos, com uma distribuição entre Norte, Lisboa e Vale do Tejo, Alentejo, Algarve e Centro”, indicou Marta Temido, que falava aos jornalistas em Lisboa.
De acordo com os dados avançados pela governante, que foram analisados pela divisão de Epidemiologia e Estatística da Direção-Geral da Saúde (DGS), no período em causa, foram ainda registados surtos em 13 empresas privadas.
Esta análise, que foi concluída no sábado, incidiu sobre 92% do total de novos casos confirmados nos primeiros sete dias de maio, ou seja, 1.909.
Por outro lado, conforme apontou a governante, as características gerais da amostra apontam que 55% dos novos casos correspondem a pessoas do sexo feminino, 17% ao grupo etário acima dos 80 anos e 16% ao grupo entre os 30 e os 39 anos.
Já 36% dos infetados eram residentes no distrito de Lisboa, 15% no Porto e 15% em Braga.
Marta Temido acrescentou que “43% dos casos eram sintomáticos e 30% assintomáticos, não havendo informação registada sobre a apresentação clínica dos demais, um aspeto que se sublinha no sentido de apelar à necessidade de bons registos”.
No período em causa, dos casos considerados na amostra, 46% tinha registo da informação sobre o local onde contraíram a infeção.
Assim, apurou-se que 32% das infeções foram contraídas em ambiente de lar, 32% entre coabitantes, 19% em ambiente laboral e 7% em ambiente social.
A restante percentagem dividiu-se entre casos contraídos entre profissionais a trabalhar em estruturas residenciais para idosos (4%) e entre profissionais a laborar em ambiente de saúde (3%).
“É nestes focos, sobretudo, que a nossa atuação [se desenvolve] para uma saúde pública mais assertiva e com precisão”, disse a ministra da Saúde, acrescentando que a análise serve para adequar as medidas, de forma proporcional, ao desenvolvimento da infeção.
Marta Temido referiu que esta é uma linha que tem vindo a ser seguida por vários países e que tem demonstrado ser “promissora num contexto como aquele que estamos a atravessar, em que procuramos o gradual e progressivo retomar da nossa atividade e precisamos de ganhar confiança para o fazer, nunca abrandando as precauções que são exigidas”.
Portugal contabiliza 1.135 mortos associados à covid-19 em 27.581 casos confirmados de infeção, segundo o último boletim diário da Direção-Geral da Saúde (DGS) sobre a pandemia.
Relativamente ao dia anterior, há mais nove mortos (+0,8%) e mais 175 casos de infeção (+0,6%).
Das pessoas infetadas, 797 estão hospitalizadas, das quais 112 em unidades de cuidados intensivos, e o número de casos recuperados passou de 2.499 para 2.549.
Portugal entrou dia 03 de maio em situação de calamidade, depois de três períodos consecutivos em estado de emergência desde 19 de março.
Esta nova fase de combate à covid-19 prevê o confinamento obrigatório para pessoas doentes e em vigilância ativa, o dever geral de recolhimento domiciliário e o uso obrigatório de máscaras ou viseiras em transportes públicos, serviços de atendimento ao público, escolas e estabelecimentos comerciais.
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