A prática regular de atividade física está associada a benefícios claros para a saúde. No entanto, nem todas as modalidades parecem ter o mesmo impacto na longevidade. Estudos de grande escala procuraram identificar qual o desporto que mais acrescenta anos de vida, analisando hábitos e resultados de milhares de participantes.
As conclusões mostram que algumas modalidades oferecem ganhos superiores na esperança de vida. A diferença entre desportos coletivos, individuais e atividades de ginásio foi um dos aspetos analisados ao longo de décadas de investigação.
O estudo de Copenhaga
Um dos trabalhos mais citados é o Copenhagen Heart Study, que seguiu 8.577 pessoas entre 1991 e 2017. O objetivo era avaliar a influência dos estilos de vida, incluindo o tipo de desporto praticado, na saúde e na longevidade.
Após 25 anos de acompanhamento, os investigadores concluíram que certas modalidades estavam associadas a mais anos de vida. A análise estatística permitiu calcular ganhos médios distintos para cada prática.
As modalidades em destaque
Segundo os resultados, o ténis foi o desporto com maior impacto positivo, acrescentando em média 9,7 anos de vida. Em seguida surgiram o badminton, com mais 6,2 anos, e o futebol, com 4,7.
Ciclismo, natação, corrida e calistenia também apresentaram benefícios, ainda que inferiores, com valores entre 3,7 e 3,1 anos adicionais. Já as atividades de ginásio, classificadas como “health club activities”, tiveram o menor ganho médio, de 1,5 anos.
A visão de outros estudos
Resultados semelhantes foram encontrados no Reino Unido, onde foram acompanhadas mais de 88 mil pessoas com idade média de 52 anos, explica a revista masculina Men’s Health. Nesse estudo, praticantes de ténis e outras modalidades de raquetes mostraram um risco 47% menor de morte por todas as causas e 56% menor por doenças cardiovasculares.
As investigações reforçam a relação entre modalidades que exigem coordenação, esforço cardiovascular e interação social, e um aumento da longevidade. Ainda assim, não é possível afirmar uma ligação de causa-efeito absoluta.
Fatores sociais e económicos
Cientistas holandeses, como Babette Pluim, destacaram que a análise deve considerar também variáveis socioeconómicas. A prática de certas modalidades pode estar associada a níveis de rendimento e de educação mais elevados, bem como a maior acesso a cuidados de saúde.
Assim, é possível que o contexto de vida dos praticantes pese tanto quanto o próprio desporto nos ganhos registados. A interação social, apontada como forte preditor de saúde, também pode explicar parte da vantagem observada em desportos de raquete.
A mensagem final
Apesar das diferenças entre modalidades, todas as práticas de exercício físico apresentaram impacto positivo. O importante é manter uma atividade regular que possa ser sustentada ao longo do tempo.
Qualquer desporto contribui para melhorar a qualidade de vida e reduzir o risco de doenças crónicas. No caso dos estudos de larga escala, a principal mensagem é que a escolha da atividade deve conjugar prazer, consistência e benefícios para a saúde.
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