Portugal tem 165 profissionais de saúde infetados com o novo coronavírus, dos quais 82 são médicos e 37 enfermeiros, avançou hoje o secretário de Estado da Saúde.
Os restantes profissionais de saúde com covid-19 estão distribuídos entre outras classes de prestação direta de serviços como assistentes operacionais e assistentes técnicos, disse António Lacerda Sales na conferência de imprensa diária de atualização de informação relativa à infeção pelo novo coronavírus.
O secretário de Estado salientou a importância de notificação no Sistema Nacional de Vigilância Epidemiológica (SINAVE) dos profissionais de saúde infetados.
Presente na conferência, a diretora-geral da Saúde apelou a todas as instituições de saúde que utilizem as regras e as normas que são feitas por cientistas, por médicos, por enfermeiros, segundo “a melhor evidência disponível à data”, com os procedimentos para proteger os profissionais de saúde.
“Uma coisa é um profissional que tem um contacto distante com um doente, outra coisa é um profissional que por exemplo entubou esse doente e, portanto, os procedimentos são diferentes”, salientou.
Sobre o facto de os profissionais de saúde que trabalham em mais do que um serviço de saúde estarem mais expostos a poderem contrair a infeção pelo novo coronavírus, Graça Freitas disse que “a recomendação é cada vez mais para que cumpram as medidas de proteção individual adequadas ao tipo de trabalho que estão a fazer”.
“Se trabalharem em sítios separados, cumprirem as regras e estarem devidamente equipados para a intervenção que vão fazer e o risco será minimizado”, afirmou.
Contudo, vincou, “temos que estar muito atentos a estas pessoas que estão em mais do que um sítio que contactam com mais do que uma população”.
Questionada se além de Ovar, há outras localidades com indícios de transmissão de comunidade, a diretora-geral da Saúde afirmou que sim.
“Esses indícios são mais acentuados nalguns locais do que noutros e dependem também da capacidade de investigar e de prosseguir os casos, mas obviamente que há outras localidades onde pode haver já a transmissão comunitária”, referiu.
“Mas tudo indica que será uma transmissão comunitária muito controlada”, porque se fosse “exuberante ou muito importante teríamos mais casos”, explicou Graça Freitas.
Referiu ainda que as autoridades de saúde vão começar a publicar informação mais precisa sobre as localidades onde ocorrem os óbitos e de onde são os doentes, mas ressalvou que há regras que têm de ser respeitadas.
“Muitas destas pessoas estão em localidades muito pequenas e depois tudo acaba por se saber” e a Direção-Geral da Saúde está obrigada a ter “regras de segredo estatístico”.
Mas irá ter um mapa georreferenciado em que se pode ver as manchas de distribuição dessas pessoas, explicou.