Este sábado é o dia que marca o fim da obrigatoriedade do uso de máscara em espaços públicos, em Espanha. A decisão vem do Governo espanhol, e é um aligeirar de regras sanitárias face à evolução da pandemia no país vizinho. Mas há uma ressalva: desde que se cumpra uma distância de segurança de um metro e meio.
Segundo uma reportagem do “El País”, após a última badalada da meia-noite , na Praça da Vila de Gràcia em Barcelona foi uma festa. Dezenas de pessoas festejaram a primeira hipótese de voltar a ter o rosto descoberto, mesmo que seja só em locais ao ar livre, sem ajuntamentos e a uma distância de um metro e meio.
Ouviu-se “um interminável olé” e viram-se máscaras a deixar os rostos de quem as usava depois de mais de um ano de pandemia em que o uso de máscaras era obrigatório mesmo na via pública.
Ora isto acontece no fim de semana em que Sevilha recebe o Portugal-Bélgica, para os oitavos de final do Europeu, e portanto pede-se prudência aos portugueses que para já viagem. “A questão central é que a pandemia não acabou e devemos continuar a reduzir o risco de contágio”, avisa o epidemiologista Ricardo Mexia.
Diz mesmo que quem se deslocar a Sevilha para assistir ao jogo deve usar máscara dentro e fora do estádio e isto porque como diz: “Sabemos que em Espanha há maior incidência dos indicadores de risco na Andaluzia”. É, aliás, a região que regista uma incidência acumulada de novas infeções a 14 dias mais elevada em Espanha.
“Ou seja, na prática a situação tem evoluído de forma negativa em Portugal, Com maior incidência em Lisboa e Vale do Tejo”, mas em Sevilha também.
Nas regras que começaram a vigorar este sábado o Governo prevê que a máscara seja obrigatória em eventos de massas, tais como um jogo de futebol ou concertos, mas pode ser tirada se o espetador estiver sentado e respeitar o metro e meio de distância, como referiu a Lusa.
Ao Expresso Ricardo Mexia afirma: “Espero que quem se desloque a Sevilha, (no estádio ou nas ruas) coloque máscara. Devem evitar-se grandes ajuntamentos”. E alerta: “Não podemos estar a dizer às pessoas para ter mais cautelas e facilitar”. A máscara, diz “é uma medida que ajuda a reduzir a disseminação da doença. E no atual contexto do jogo em Sevilha devem usar-se”.
A POSIÇÃO DE SÁNCHEZ
“As nossas ruas, os nossos rostos, vão começar a recuperar a sua aparência normal nos próximos dias”, disse na semana passada o primeiro-ministro espanhol, Pedro Sánchez, quando a medida foi anunciada.
Mas a máscara continuará a ser obrigatória em espaços públicos fechados, como bibliotecas, farmácias ou supermercados, e também nos transportes públicos – e os cidadãos terão de ter por isso uma máscara sempre à mão.
Em Espanha e segundo o El País, os epidemiologistas também pedem cautela ao atenuar as restrições. Apesar da descida verificada na curva de contágio desde abril, mais recentemente verificaram-se subidas.
Ao El País, Carlos Losada, vice-presidente da Associação Espanhola de Psicólogos Clínicos, refere que as pessoas precisam de tempo para se adaptar às mudanças. “Cada pessoa terá que seguir seu próprio ritmo na hora de se adaptar”, diz.
No mesmo sentido, Begoña Elizande, psicóloga clínica e especialista em luto e perdas, afirma: “Haverá tudo como em toda parte. Haverá pessoas que a vão (máscara) queimar na fogueira e outras que não a vão deixar de usar porque se sentem mais protegidas”. Mais, diz que “usar uma máscara por um ano não é tempo suficiente para criar trauma. Tem sido uma restrição importante e opressora, mas não tanto a ponto de causar traumas”.
Notícia exclusiva do nosso parceiro Expresso