A Organização Mundial da Saúde (OMS) declarou esta sexta-feira o fim da covid-19 como emergência de saúde pública internacional, após três anos e cerca de 20 mil mortos em todo o mundo.
Seguem-se alguns momentos-chave da pandemia passados em revista pela agência noticiosa AFP, a que a Lusa acrescenta algumas referências a Portugal:
Emergência
Em 31 de dezembro de 2019, a OMS é alertada para casos de “pneumonia atípica” na cidade chinesa de Wuhan.
A 7 de janeiro de 2020, a causa é identificada: uma nova espécie de vírus, do grupo dos coronavírus, posteriormente chamado SARS-CoV-2.
Em 11 de janeiro de 2020, a capital chinesa, Pequim, anuncia a primeira morte. Doze dias depois, a cidade de Wuhan é isolada.
Pandemia
A nova doença respiratória causada pelo SARS-CoV-2, batizada covid-19, propaga-se rapidamente pelo mundo.
A 6 de março de 2020 são contabilizados 100 mil casos no mundo.
Em 11 de março de 2020, a OMS declara a covid-19 como uma pandemia.
Portugal comunicou os dois primeiros casos de infeção em 2 de março de 2020 e a primeira morte, a de um homem de 80 anos, em 16 de março de 2020.
Europa Fechada
A Itália, primeiro país europeu afetado pela covid-19, impõe um confinamento na região do Norte que se estende posteriormente a todo o país.
A 16 de março de 2020, a Alemanha apela à população para que fique em casa, enquanto o Reino Unido pede aos seus concidadãos para que evitem qualquer contacto social.
A França confina a 17 de março de 2020 e Portugal a 22 de março.
A União Europeia fecha as suas fronteiras externas.
Humanidade confinada
No início de abril de 2020, mais de 3,9 mil milhões de pessoas (metade da humanidade) são forçadas ou instadas a confinar.
Mais de um milhão de casos de covid-19 são identificados.
As bolsas de valores afundam, setores como os transportes e o turismo param, governos e bancos centrais anunciam as primeiras medidas para apoiar a economia.
Estados Unidos e Brasil de luto
A covid-19 acelera nos Estados Unidos e no Brasil na primavera de 2020, causando mais mortes do que na Europa.
O então Presidente norte-americano, Donald Trump, insiste que o vírus acabará por desaparecer naturalmente.
O homólogo brasileiro Jair Bolsonaro desvaloriza a covid-19, classificando-a como uma “gripezinha”. A gestão que faz da pandemia é fortemente criticada.
Anti-máscaras, anti-vacinas, anti-passes sanitários
No verão de 2020, o recrudescimento da pandemia na Europa leva muitos países a imporem o uso de máscara nos transportes, ruas ou empresas.
Manifestações anti-máscara, por vezes violentas, sucedem-se.
Em Portugal, o uso de máscara passa a ser obrigatório nas escolas, comércio e nos transportes públicos em abril, na rua em outubro e nas empresas em novembro.
Em 2021, movimentos na Europa e noutras partes do mundo contra a vacinação e a obrigatoriedade de um certificado sanitário ou de vacinação geram igualmente protestos nas ruas.
Vacinas em tempo recorde
Vacinas contra a covid-19 são desenvolvidas em tempo recorde, com as primeiras doses a serem administradas no fim de 2020 nos Estados Unidos e na Europa.
Em Portugal, a campanha de vacinação inicia-se a 27 de dezembro com a inoculação de profissionais de saúde, na primeira linha no combate à pandemia.
Nos países ocidentais, e após um arranque lento, as campanhas de vacinação aceleram significativamente em 2021.
Contudo, o acesso às vacinas não ocorre de forma igual no mundo: em África, região mais pobre do globo, a taxa de vacinação situa-se nos 24%, contra os 64% no resto do planeta, segundo dados de 2022 da OMS.
A origem do coronavírus
Em janeiro e fevereiro de 2021, uma delegação da OMS investiga a origem do SARS-CoV-2 sem chegar a uma conclusão.
A OMS pede a todos os países, incluindo China e Estados Unidos, para que partilhem informação.
A comunidade científica pensa que um animal transmitiu o vírus aos humanos, provavelmente no mercado chinês de Huanan, em Wuhan.
Investigadores e responsáveis norte-americanos defendem a hipótese de uma fuga de laboratório, em Wuhan.
Delta, Ómicron: variantes perigosas
Mais transmissível, a variante Delta do coronavírus SARS-CoV-2 provoca uma hecatombe em abril e maio de 2021 na Índia, que se torna o terceiro país do mundo com mais mortes por covid-19.
Noutros países, a Delta causa novos surtos epidémicos.
No fim de novembro de 2021, uma variante ainda mais contagiosa, a Ómicron, surge na África do Sul e espalha-se pelo resto do mundo no início de 2022, causando recordes de contaminações, mas sintomas menos severos.
Surto epidémico na China
A política inflexível “covid zero” do Presidente chinês, Xi Jinping, feita de confinamentos e quarentenas extensas, conduz em novembro de 2022 a uma vaga de contestação inédita na China desde as manifestações pró-democracia na Praça Tiananmen, em Pequim, em 1989.
Como resposta, a China relaxa em 07 de dezembro as regras sanitárias e depois suspende a maioria das restrições, levando a um aumento sem precedentes do número de casos de covid-19, com o país a braços com hospitais sobrelotados e falta de medicamentos.
Vários países, incluindo Portugal, impõem em janeiro de 2023 testes negativos aos viajantes da China.
Levantamento progressivo de medidas anti-covid
Em março deste ano, a OMS assegura que o impacto da covid-19 poderá em breve ser comparado ao da gripe sazonal.
Progressivamente, os países levantam as suas medidas anti-covid.
A China retoma em março a emissão de vistos e os Estados Unidos deixam em maio de exigir a obrigatoriedade da vacina para entrar no país.
Portugal abandona em abril o uso obrigatório de máscara em hospitais e centros de saúde.