Mais de 900 doentes atendidos pelos hospitais privados no âmbito da pandemia de covid-19 têm ADSE, o subsistema de saúde da função pública, segundo dados da Associação Portuguesa de Hospitalização Privada (APHP).
A informação disponibilizada à agência Lusa pela APHP indica que, até terça-feira, tinham sido atendidos nos hospitais privados 3.946 doentes no âmbito da pandemia de covid-19, 25% dos quais com ADSE.
No total, estavam internados 104 doentes infetados nos hospitais privados, dos quais seis em unidades de cuidados intensivos.
A APHP manifestou-se hoje disponível para assinar com outras seguradoras ou subsistemas de saúde um acordo semelhante ao estabelecido com a Multicare, que garante o pagamento dos doentes com covid-19 assistidos nos privados sem terem sido encaminhados pelo Serviço Nacional de Saúde.
A polémica sobre o pagamento dos custos dos doentes que recorreram aos privados por sua vontade e foram atendidos no âmbito da pandemia covid-19 surgiu depois de a televisão Sic ter divulgado, numa reportagem, que os hospitais privados se preparavam para mandar ao SNS a fatura, mesmo sem os doentes terem sido encaminhados pelo serviço público, como ditam as regras.
No sábado, confrontada sobre este assunto, a ministra da Saúde esclareceu que o Estado só vai assegurar os custos de tratamento dos doentes infetados com o novo coronavírus nos hospitais privados nos casos encaminhados pelo SNS.
Questionada pela Lusa sobre os doentes atendidos nos privados no âmbito da pandemia, a APHP disse que “todos os casos dos hospitais privados, tal como dos hospitais públicos, são registados no Trace-COVID, gerido pela SPMS [Serviços Partilhados do Ministério da Saúde]”.
Disse ainda desconhecer “quantos cidadãos recorreram aos hospitais privados depois de terem ligado para a linha de saúde 24”.