O município adiantou esta terça-feira em comunicado que a posição foi defendida numa reunião recente da Comunidade Intermunicipal do Algarve (AMAL), na qual o autarca, citado na nota, “disponibilizou terrenos municipais de grande dimensão e apresentou como condição manter os serviços dos hospitais de Faro e de Portimão”.
O projeto de um novo hospital no Algarve tem cerca de 20 anos, tendo em 2003 sido aprovado o terreno para a sua construção, no Parque das Cidades, entre Faro e Loulé.
Em 2008, o então primeiro-ministro, José Sócrates, chegou mesmo a lançar a primeira pedra da unidade, que estaria pronta em 2013.
Entre as razões evocadas por José Carlos Rolo para a instalação da nova unidade hospitalar prevista para a região estão a localização de Albufeira “no centro do Algarve, com ótimos acessos ao nível da mobilidade”, quer para a Estrada Nacional 125, quer para a autoestrada A22, bem como o acesso ferroviário.
Afluência turística é fator estratégico
“Este ponto é de extrema importância, porque proporciona uma igualdade de circunstâncias no acesso à saúde, inclusivamente para quem reside nos municípios localizados nas extremidades da região”, sublinha o presidente daquele município do distrito de Faro, contrariando a localização inicialmente definida, entre Loulé e Faro.
Na opinião do autarca, a afluência turística é outro dos fatores estratégicos, pois, argumenta, Albufeira “foi sempre o município de referência a nível nacional, com um incremento populacional exponencial em época alta”.
“A construção do novo Hospital Central do Algarve, até pela sua centralização, poderia também neste âmbito ser um balão de oxigénio para os serviços de saúde locais, bem como para os serviços de saúde dos concelhos vizinhos”, aponta.
Capacidade de reter recursos humanos
Para José Carlos Rolo, Albufeira tem outras vertentes que sustentam a instalação da nova unidade hospitalar, nomeadamente, o investimento na habitação sustentável e social, uma das áreas consideradas fulcrais para a retenção de meios humanos.
O desenvolvimento da habitação e os investimentos nas áreas da educação e do desporto são, segundo o autarca, “pontos de abordagem importantes que facilitam sobremaneira a retenção de recursos humanos” na região.
“Pelos motivos evocados, a localização do novo Hospital Central do Algarve deverá ser no concelho de Albufeira, contrariando a localização inicialmente definida para o Parque das Cidades, entre os concelhos de Faro e de Loulé”, conclui.
De acordo com um despacho datado de 01 de agosto e publicado na quinta-feira da passada semana em Diário da República, o Governo cessou o procedimento para a celebração de uma parceria público-privada para a construção do novo Hospital Central do Algarve, determinando o lançamento de nova parceria.
Segundo o documento, assinado pela ex-ministra da Saúde Marta Temido e pelo secretário de Estado do Tesouro, João Mendes, são revogadas as “decisões de contratar e de lançamento da parceria constantes” no despacho inicial de lançamento do procedimento prévio, lançado em 2008.
Nesse sentido, o Governo atribui à Administração Regional de Saúde do Algarve e à Administração Central do Sistema de Saúde “a responsabilidade de, com a máxima celeridade, preparar e submeter a proposta fundamentada (…) dando início ao estudo e preparação do lançamento de uma nova parceria público privada para a construção do novo Hospital Central do Algarve”.