O secretário de Estado da Saúde pediu hoje “confiança no Serviço Nacional de Saúde [SNS]”, notando que as unidades de saúde públicas estão atualmente adaptadas para utentes “covid e não covid-19”, com circuitos bem distintos.
“Os doentes crónicos, oncológicos, cardíacos ou outros que sintam algum tipo de descompensação, devem recorrer ao seu médico assistente ou à linha Saúde 24. Em caso de necessidade de ida à urgência, a norma da DGS [Direção-Geral da Saúde] prevê a utilização de máscara cirúrgica em todas instituições de saúde e, portanto, garante a segurança”, afirmou António Lacerda Sales na conferência de imprensa diária para fazer o balanço da pandemia no país.
O governante notou que, “apesar da diminuição da atividade não urgente, o SNS continua a dar resposta ao que tem de ser respondido”, pelo que “é preciso que as pessoas tenham confiança num SNS que soube tirar dos seus serviços o que não era urgente e soube adaptar a sua resposta [à pandemia do novo coronavírus] com criação de circuitos bem distintos”.
Lacerda Sales referiu ainda que o país atravessa uma “fase decisiva” de combate à pandemia, nomeadamente devido à “exaustão e cansaço” provocados pelo confinamento social.
“É o momento em que temos de ser mais resilientes”, destacou.
Portugal regista hoje 567 mortos associados à covid-19, mais 32 do que na segunda-feira, e 17.448 infetados (mais 514), indica o boletim epidemiológico divulgado pela Direção-Geral da Saúde.
O relatório da situação epidemiológica, com dados atualizados até às 24:00 de segunda-feira, indica que a região Norte é a que regista o maior número de mortos (321), seguida pelo Centro (131), pela região de Lisboa e Vale Tejo (102) e do Algarve, com nove mortos.
O boletim regista quatro óbitos nos Açores.
Relativamente a segunda-feira, em que se registavam 535 mortos, hoje observou-se um aumento percentual de 6% (mais 32).
De acordo com os dados disponibilizados pela DGS, há 17.448 casos confirmados, mais 514, o que representa um aumento de 3% face a segunda-feira.
Das mortes registadas, 370 tinham mais de 80 anos, 116 tinham idades entre os 70 e os 79 anos, 56 entre os 60 e os 69 anos, 18 entre os 50 e os 59 anos e sete óbitos na faixa entre os 40 e os 49 anos.
Em relação às 17.448 pessoas infetadas pelo novo coronavírus (SARS-CoV-2), a grande maioria – 16.221 (menos 526, -3,2%) – está a recuperar em casa. Estão internadas 1.227 pessoas (mais 40, +3,4%), 218 (mais 30, +6%) das quais em Unidades de Cuidados Intensivos.
Os dados da DGS precisam que o concelho do Porto é o que regista o maior número de casos de infeção pelo coronavírus (959), seguido de Lisboa (946 casos), Vila Nova de Gaia (884), Matosinhos (768), Gondomar (718), Braga (647), Maia (645), Valongo (507), Ovar (435) e Sintra com 404 casos.
Desde o dia 01 de janeiro, registaram-se 142.514 casos suspeitos, dos quais 2.474 aguardam resultado dos testes.
A covid-19, causada pelo novo coronavírus SARS-CoV-2, é uma infeção respiratória aguda que pode desencadear uma pneumonia.
Portugal, em estado de emergência até 17 de abril e onde o primeiro caso foi confirmado em 02 de março, está na terceira e mais grave fase de resposta à doença (Fase de Mitigação), ativada quando há transmissão local, em ambiente fechado, e/ou transmissão comunitária.
O novo coronavírus já provocou mais de 120 mil mortos e infetou mais de 1,9 milhões de pessoas em todo o mundo.
Dos casos de infeção, cerca de 402 mil são considerados curados.