Com a propagação da variante Delta, o Governo resolveu, esta quinta-feira, apertar as medidas para controlar a pandemia.
A situação epidemiológica voltou a agravar-se esta semana, aumentando a lista de concelhos em risco elevado, muito elevado e alerta. E o Executivo foi taxativo: “Não há condições para levantar as medidas restritivas”, afirmou Mariana Vieira da Silva em conferência de imprensa, após o Conselho de Ministros que definiu o novo mapa de risco.
Segundo a ministra da Presidência, a situação voltou a deteriorar-se na última semana, sobretudo nas regiões de Lisboa e Vale do Tejo, Alentejo e Algarve. Mas recusou um “descontrolo total” da pandemia. “A situação em que estamos não compara com muitos momentos difíceis que o país viveu no último ano e meio, mas é uma situação mais grave. Não temos condições para considerar a pandemia controlada pelo que o nosso apelo é para que se evitem comportamentos de risco”, alertou a governante.
Nesta altura, há mais 26 concelhos em risco elevado e 19 em risco muito elevado que voltam a ter limite à circulação entre as 23h00 e as 5h00 já a partir de sexta-feira. Uma medida, garantiu, que “não terá qualquer exceção”, não estando dependente da apresentação do certificado digital. O objetivo é evitar “ajuntamentos” sobretudo nas faixas mais jovens, que têm aumentando o número de infeções.
“Temos também crescimento significativo dos concelhos em alerta, que são neste momento 21. Devem estar atentos à pandemia, porque entrarão na lista de concelhos com restrições na próxima semana, se tudo se mantiver”, reforçou.
As regras relativas à Área Metropolitana de Lisboa (AML) e às praias são para manter, segundo a governante, que fez questão de vincar que a vacinação tem influência na matriz de risco, porque “reduz a incidência nas idades já vacinadas” e garantiu que as pessoas com mais de 60 anos deverão estar “todas vacinadas” dentro de 10 dias.
Em relação ao Algarve, onde as aulas presenciais do 1.º e 2.º ciclo terminaram mais cedo devido ao agravamento da pandemia, Mariana Vieira da Silva advertiu que muitos concelhos da região “que não estão já na situação mais grave estarão para a semana”.
São já 26 concelhos que têm risco elevado: Alcochete; Alenquer; Arruda dos Vinhos; Avis; Braga; Castelo de Vide; Faro; Grândola; Lagoa; Lagos; Montijo; Odemira; Palmela; Paredes de Coura; Portimão; Porto; Rio; Maior; Santarém; São Brás de Alportel; Sardoal; Setúbal; Silves; Sines; Sousel; Torres Vedras e Vila Franca de Xira.
Ao mesmo tempo, aumentou de três para 19 os concelhos em risco muito elevado. São eles: Albufeira, Almada, Amadora, Barreiro, Cascais, Constância, Lisboa, Loulé, Loures, Mafra, Mira, Moita, Odivelas, Oeiras, Olhão, Seixal, Sesimbra, Sintra e Sobral de Monte Agraço.
Questionada sobre o isolamento profilático do primeiro-ministro, que já recebeu as duas doses da vacina, Mariana Vieira da Silva recusou comentar a indicação da Direção-Geral da Saúde (DGS), reafirmando apenas que os dados “mostram a eficácia da vacina”.
Já a ministra do Trabalho e da Segurança Social, Ana Mendes Godinho, anunciou a prorrogação do “apoio extraordinário à retoma progressiva” para empresas com quebras acima dos 75% da sua faturação.E avançou que já foram canalizados 2.500 milhões de euros para o turismo, um dos sectores mais afetados pela pandemia.
Notícia exclusiva do nosso parceiro Expresso