Depois do reforço das medidas, na semana passada, o Governo prepara-se para tomar novas decisões, após a reunião do Infarmed marcada para daqui a menos de duas semanas, a 27 de julho. Acompanhe aqui [em direto] a conferência de imprensa.
Parecer sobre público em eventos desportivos em fase de conclusão
Questionada sobre a presença de público em eventos desportivos, Mariana Vieira da Silva refere que a Direção-Geral da Saúde (DGS) já concluiu um parecer que tem que ser ainda “trabalhado” antes de o Governo tomar uma decisão sobre esta matéria.
“O trabalho técnico já decorreu da parte da DGS, falta agora um trabalho de organização e a decisão do Governo que será sempre posterior a reunião do Infarmed, que se realiza no próximo dia 27”, respondeu a governante.
Governo disponível para alterar matriz de risco
A ministra do Estado saiu em defesa da atual matriz de risco, considerando que foi “muito útil” entre março e junho no combate à pandemia, mas admite que o Governo está disponível para alterá-la se for necessário, após a reunião do Infarmed.
“O importante é sermos capazes de avaliar a situação do país e tomarmos medidas para a combater. A matriz é um instrmento que resulta das várias propostas dos peritos, que é compreensível e que permite aos concelhos antecipar as medidas que poderão vir a ter”, vinca Mariana Vieira da Silva.
A governante apontou para o caso de Odemira, cuja matriz de risco permitiu na altura identificar os problemas do concelho e encontrar medidas de mitigação da covid-19, estando atualmente numa zona de baixo risco.
“Chegaremos à reunião do Infarmed prontos para a ouvir em situação em que nos encontramos, que medidas podem ver a ser necessárias e que sistemas de acompanhamento podem vir a acontecer, num momento em que temos uma percentagem muito significativa de população adulta já vacinada”, assegurou.
Governo disponível para mais medidas após reunião no Infarmed
Sem avançar data para que os autotestes cheguem aos supermercados, Mariana Vieira da Silva não exclui a discussão sobre a obrigatoriedade das vacinas após a reunião no Infarmed. “As medidas são tomadas pelo governo. Veremos quais as conclusões da reunião e que medidas podem ser necessárias. Estaremos disponíveis no governo e em articulação com outros órgãos de soberania para tomar as medidas necessárias”, diz.
Medidas para alojamento e restauração foram discutidas com o sector, garante ministra
Questionada sobre a forma como foram anunciadas as medidas da semana passada para os sectores do alojamento e da restauração, nomeadamente a obrigatoriedade de testes ou de certificados de vacinação para entrada nalguns espaços, a ministra recusa a ideia de um sector surpreendido.
“As medidas aprovadas na semana passada já tinham sido alvo de debate entre o sector”, não foi nada que não conhecessem, respondeu Vieira da Silva. Algumas delas “exigem tempo de adaptação”, admite, “mas julgo que a obrigação do Governo é tomá-las” quando as julga necessárias.
A ministra da Presidência confirma ainda as dificuldades técnicas em algumas farmácias e laboratórios na execução de testes à covid-19, assegurando que o Ministério da Saúde procurou resolvê-las, assim como “tem procurado trabalhar para o aumento da rede” de testagem.
Pico dos contágios pode já ter sido atingido
Mariana Vieira Silva diz que não é possível perceber ainda se o pico dos contágios já foi alcançado, mas sublinha que o rimo de crescimento das infeções é “hoje menor do que já” foi nesta vaga da pandemia. “Se isso significa que atingimos o pico de contágios veremos nos próximos dias e aguardamos também por isso pela reunião do Infarmed”, afirma a governante.
Questionada sobre se existe um plano específico para o litoral algarvio, a ministra defende que as medidas anunciadas na semana passada pelo Governo – como a exigência de apresentação do certificado digital ou de um teste negativo para acesso a hotéis ou alojamentos legais – visam combater a pandemia, nomeadamente na região que recebe muitos turistas no verão.
“A resposta do SNS continua controlada”
“O país organizou um regime de vacinação que permite que quando recebemos vacinas essas possam ser distribuídas. Mas é um regime que pode ter dificuldades”, reconhece a ministra ressalvando que o ritmo nas últimas semanas tem sido “muito elevado”.
Mariana Vieira da Silva remete para o ministério da Saúde o comentário aos atrasos.
“Tivéssemos mais vacinas e mais vacinas teriam sido distribuídas à população”, diz a ministra, garantindo que a capacidade hospitalar do país continua abaixo das linhas vermelhas. “A resposta do SNS continua controlada e não antevemos, nas próximas semanas, dificuldades específicas. O que é necessário é continuar a conter o avanço da pandemia para poder prosseguir o processo de vacinação. Essa é a nossa principal prioridade”, diz a ministra.
Afastada abertura de bares e discotecas para já
“Não estamos ainda no momento em que ela seja possível”, responde Mariana Vieira da Silva à pergunta sobre a eventual abertura de bares e discotecas, sugerida esta manhã por Duarte Cordeiro.
“Esses novos instrumentos, que passam pela apresentação de um certificado de vacinação ou de um teste ou de um autoteste precisam de ser estabilizados e avaliados”, aponta a ministra, que volta a remeter novidades e calendarizações para a reunião do Infarmed no dia 27.
43 concelhos em risco elevado
Neste momento, existem 43 concelhos em risco elevado, dos quais cinco no Algarve, de incidência de covid-19:
São eles: Alcobaça, Alenquer, Arouca, Arraiolos, Azambuja, Barcelos, Batalha, Bombarral, Braga, Cantanhede, Cartaxo, Castro Marim, Chaves, Coimbra, Constância, Espinho, Figueira da Foz, Gondomar, Guimarães, Leiria, Lousada, Maia, Monchique, Montemor-o-Novo, Óbidos, Paredes, Paredes de Coura, Pedrógão Grande, Porto de Mós, Póvoa do Varzim, Rio Maior, Salvaterra de Magos, Santarém, Santiago do Cacém, Tavira, Torres Vedras, Trancoso, Trofa, Valongo, Viana do Castelo, Vila do Bispo, Vila Nova de Famalicão e Vila Real de Santo António.
Situação nos hospitais está “controlada”
A ministra volta a frisar, na resposta à primeira pergunta dos jornalistas, que o número de casos esta semana é superior ao da semana passada, mas “o valor do ritmo de transmissão é inferior”.
“Sabemos”, no entanto, alerta, “que enquanto tivermos um R maior do que 1, vamos sempre aumentar o número de casos”.
Vieira da Silva faz questão de lembrar que, do ponto de vista dos internamentos e dos cuidados intensivos, estando a crescer o número de pacientes, “a situação [está] controlada do ponto de vista do SNS”.
Autotestes à venda nos supermercados
Mariana Vieira da Silva anunciou a publicação do decreto-lei que permite a venda de autotestes em supermercados.
País mantém-se na zona vermelha, situação “continua a degradar-se”
A situação do país “continua a degradar-se”, adianta Vieira da Silva, apresentando os números mais recentes: “no Continente, temos uma incidência de 346,5 por 100 mil habitantes e um ritmo de transmissão de 1.15”, abaixo do da semana passada, “parecendo verificar-se diminuição do ritmo de crescimento”, mas ainda longe de tirar o país da zona vermelha da matriz de risco do Governo.
47 concelhos em risco muito elevado
Mariana Vieira da Silva diz que o país continua na zona vermelha da matriz de risco, com uma incidência de 346,5 por 100 mil habitantes e o R(t) de 1,15. Já a lista de concelhos de risco muito elevado subiu de 33 para 47 esta semana, dos quais nove são do Algarve: Albergaria-a-Velha, Albufeira, Alcochete, Almada, Amadora, Arruda dos Vinhos, Aveiro, Avis, Barreiro, Benavente, Cascais, Elvas, Faro, Ílhavo, Lagoa, Lagos, Lisboa, Loulé, Loures, Lourinhã, Mafra, Matosinhos, Mira, Moita, Montijo, Nazaré, Odivelas, Oeiras, Olhão, Oliveira do Bairro, Palmela, Peniche, Portimão, Porto, Santo Tirso, São Brás de Alportel, Seixal, Sesimbra, Setúbal, Silves, Sines, Sintra, Sobral de Monte Agraço, Vagos, Vila Franca de Xira, Vila Nova de Gaia e Viseu.
Já em alerta estão 30 municípios sobretudo nas regiões Norte e do Alentejo.
Novas decisões só após a reunião do Infarmed
A ministra da Presidência, Mariana Vieira da Silva, abre a conferência de imprensa a lembrar que há reunião de peritos no Infarmed no próximo dia 27. Por esse motivo, além da apresentação do estado de cada concelho, “não tomaremos nenhuma outra decisão, aguardando os resultados da reunião do Infarmed”.
Mais concelhos em risco no Norte e Algarve
O Executivo está reunido em Conselho de Ministros para definir o novo mapa de risco do país, numa altura em que a variante Delta já representa 100% das infeções no Algarve e na Região de Lisboa e Vale do Tejo e se expande no resto do território.
Depois do reforço das medidas, na semana passada, – com recolher obrigatório a partir das 23h nos municípios de maior risco e a exigência de apresentação de certificado digital ou teste negativo para acesso a estabelecimentos turísticos em todo o território e ao interior dos restaurantes no fim de semana e feriados – deverá aumentar agora a lista de concelhos de risco elevado e muito elevado sobretudo na região Norte e no Algarve.
Mariana Vieira da Silva já alertou na quinta-feira passada que havia mais 34 concelhos em risco, podendo ser alvo esta semana de mais medidas restritivas. Apesar do agravamento da situação epidemiológica, o Executivo começa a ponderar a reabertura de bares e discotecas. A intenção foi anunciada esta quinta-feira pelo secretário de Estado dos Assuntos Parlamentares, Duarte Cordeiro, em entrevista ao “Público” e à Rádio Renascença que o Governo deve. A medida poderá funcionar também como um incentivo para a vacinação dos mais jovens.
“Estamos praticamente a atingir a meta da vacinação completa para os mais de 60 anos. É uma meta muito importante – independentemente das outras como a imunidade de grupo – e que nos permite repensar as medidas restritivas face à introdução de medidas como as do certificado.
Quanto à questão das discotecas, acho que já começa a ser altura de podermos pensar abertamente nessa solução, tendo em conta que estamos já com este nível de vacinação”, afirmou Duarte Cordeiro, sublinhando que o autoagendamento já está na faixa etária dos 20 anos.
Notícia exclusiva do nosso parceiro Expresso