É um cenário que muitos de nós conhecemos: iniciar os estudos na véspera de um exame, adiar tarefas desagradáveis até ao último momento ou permitir que as tarefas domésticas se acumulem até se tornarem inevitáveis. Estes são exemplos clássicos de procrastinação. Mas por que procrastinamos? Como podemos combater a procrastinação? E quando é que a procrastinação pode ser um sinal de que precisamos de ajuda profissional?
Neste artigo, exploramos o conceito e deixamos alguns conselhos, com informação disponibilizada pelo Viral.
O que é a procrastinação?
A procrastinação, segundo a psiquiatra e psicoterapeuta cognitivo-comportamental Filipa Caetano, refere-se a adiar uma tarefa indefinidamente, independentemente das consequências.
Pode manifestar-se quando adiamos o pagamento de contas ou, no contexto escolar, quando evitamos fazer um trabalho até que não haja outra opção senão fazê-lo à pressa.
Por que procrastinamos?
Existem diversas razões que podem levar à procrastinação. Por um lado, muitas vezes evitamos tarefas que consideramos aborrecidas. Por outro lado, o adiamento pode ocorrer quando enfrentamos uma tarefa particularmente desafiadora e tememos não ser capazes de realizá-la com sucesso.
Esta situação é comum quando sentimos uma grande pressão para que o resultado seja perfeito, o que nos leva a adiar até que o prazo esteja a ponto de expirar.
De acordo com Filipa Caetano, a mentalidade de “se não for perfeito, não vale a pena fazer” é frequentemente a causa desta postura. Isso resulta frequentemente em muito stress quando finalmente nos confrontamos com a tarefa.
No entanto, é importante distinguir entre procrastinação e adiamento legítimo devido a cansaço, doença ou à existência de muitas tarefas.
Como combater a procrastinação?
Para combater a procrastinação, é fundamental compreender as razões subjacentes ao nosso comportamento procrastinatório e atuar com base nesses motivos. Pode ser útil emparelhar uma tarefa desagradável com uma tarefa que nos dê prazer, para criar um incentivo.
Outras estratégias incluem recompensar a nós mesmos após atingirmos objetivos, fazer pausas regulares e estabelecer uma organização eficaz para lidar com muitas tarefas.
Quando a procrastinação resulta de um grande número de tarefas, é importante organizar prioridades e definir objetivos realistas, evitando sobrecarregar-se.
Dividir uma tarefa intimidante em etapas menores pode torná-la mais fácil de enfrentar.
Visualizar a sensação de satisfação que se segue à realização da tarefa também pode servir como motivação. Tratar a tarefa como um desafio e estabelecer limites de tempo para a sua realização podem ser estratégias eficazes.
Quando a procrastinação se torna um problema
Filipa Caetano observa que, quando a procrastinação começa a afetar negativamente a nossa vida, como adiar o pagamento de contas importantes ou perder oportunidades de trabalho, é um sinal de que pode ser necessário procurar ajuda profissional.
Outros indicadores incluem ser chamado a atenção devido ao hábito de procrastinar ou sentir-se ansioso por não cumprir as suas tarefas. Nestes casos, a terapia pode ajudar a desenvolver estratégias para lidar com a ansiedade, gerir tarefas e abordar as causas subjacentes da procrastinação.
Em algumas situações, a procrastinação pode ser um sintoma de problemas mais sérios, como depressão, ansiedade, transtorno obsessivo-compulsivo ou transtorno de défice de atenção e hiperatividade.
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