À saída da reunião por videoconferência desta sexta-feira com os outros líderes europeus, António Costa começou o discurso no Centro Cultural de Belém com a “preocupação generalizada” que a Europa vive em relação ao andar da pandemia.
A covid-19 tem restringido, entre outras coisas, a liberdade de circulação e, por isso, a Comissão Europeia (CE) está a preparar um documento para atestar “de forma não identificada” a condição em que cada europeu está em relação ao vírus. Uma de três: se já esteve infetado, se está vacinado ou se tem algum teste negativo recente.
António Costa não gosta da expressão “passaporte sanitário”, mas admite a criação de um “documento que permita às autoridades identificarem quem já foi vacinado no momento de entrada no país”. E espera que esse documento de livre circulação, ou “certificado verde”, seja comum a todos os países da União e esteja disponível nos próximos meses.
“Somos defensores de uma medida à escala europeia, é com esse objetivo que enquanto presidência estamos a trabalhar em conjunto com a Comissão Europeia. O desejo que todos temos é que até ao verão seja possível que este documento exista”, afirmou o primeiro-ministro português.
O objetivo é “permitir maior capacidade de circulação”, “recorrer menos à quarentena”, melhorar o funcionamento do mercado interno e permitir uma “retoma mais tranquila” do sector do turismo.
“Somos defensores de uma medida à escala europeia, é com esse objetivo que enquanto presidência estamos a trabalhar em conjunto com a Comissão Europeia. O desejo que todos temos é que até ao verão seja possível que este documento exista”, afirmou o primeiro-ministro português”
Num momento em que as notícias sobre novas variantes do vírus que causa a covid-19 vão preocupando os investigadores, como os que esta semana se referiram à variante de Nova Iorque, a Europa tenta evitar surpresas. “É fundamental desenvolver mecanismos para antecipar a deteção de novas variantes”, frisou António Costa, adiantando que a Comissão Europeia vai criar uma incubadora que inclui a indústria farmacêutica, para que, em caso de necessidade, as empresas possam “ir adaptando as vacinas no mercado”.
As vacinas foram, aliás, tema dominante na reunião virtual de líderes europeus, que resultou “numa troca de impressões muito construtiva com a presidente da Comissão” para apoiar o aumento de produção de vacinas e acelerar as autorizações da Agência Europeia do Medicamento (EMA, na sigla inglesa).
Ainda a lidar com atrasos na entrega de vacinas, a Europa centra atenções na aceleração do processo de inoculação dos europeus, sem esquecer, frisou António Costa, outras geografias. A situação atual “exige solidariedade internacional para assegurar uma vacinação à escala global, em particular nos países de menores recursos”.
Os líderes europeus congratularam-se com a entrega das primeiras doses de vacinas no continente africano, facilitada pela Covax, a aliança mundial para a vacinação.
António Costa reafirmou a intenção portuguesa de deslocar 5% das vacinas para os países de expressão portuguesa em África e para Timor-Leste.
Notícia exclusiva do nosso parceiro Expresso