O Centro de Simulação Clínica da Universidade do Algarve foi oficialmente inaugurado esta quarta-feira na presença da ministra da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, do ministro da Saúde e da ministra da Coesão Territorial. A inauguração decorreu no âmbito da iniciativa “Governo Mais Próximo” e da realização do Conselho de Ministros em Faro, informou hoje a Universidade do Algarve em comunicado.
Para o reitor Paulo Águas, citado nesta nota, “esta estrutura vai permitir fazer mais e melhor”. O reitor recordou os pioneiros do projeto e referiu-se ao facto de a área da Saúde ter vindo a ganhar grande expressão na UAlg. Reconhecendo que muito já foi feito, mas que muito mais há para fazer, Paulo Águas lembrou que “construir um percurso sólido implica relações que não são fáceis, mas sim complexas, com todo o ecossistema da Saúde, onde existem muitos intervenientes e é necessário trabalhar em conjunto, sabendo os nossos papéis, para termos mais Saúde no Algarve, porque no fundo é isto que importa”.
O reitor referiu-se ao papel da Universidade, lembrando que tem uma Faculdade de Medicina e Ciências Biomédicas, uma Escola Superior de Saúde, e que o Centro Académico Clínico, um consórcio entre a UAlg e o CHUA, deu um impulso muito grande ao que se faz na Universidade, salientando a importância de continuar a construir este caminho.
Aproveitando a presença do ministro da Saúde, lembrou que a área do Ensino Superior avançou mais rápido do que a da Saúde, referindo-se ao futuro Hospital Central, prometido aquando da criação do curso de Mestrado Integrado em Medicina para alicerçar este projeto.
Ana Abrunhosa: “Este é um exemplo de um projeto que não só ajuda a melhorar a formação, mas também a internacionalizar a região.”
A ministra da Coesão Territorial, Ana Abrunhosa, considerou que o Centro de Simulação Clínica marca a diferença na região e no País: “Este é um exemplo de um projeto que não só ajuda a melhorar a formação, mas também a internacionalizar a região.”
Na sua opinião, “não há atividade económica competitiva sem conhecimento, sem pessoas qualificadas e sem internacionalização. Em todos estes domínios a Universidade é determinante”.
Ana Abrunhosa referiu-se ainda a um relatório da OCDE, que analisou várias regiões e os fatores de atratividade, indicando o Polo Tecnológico do Algarve, onde inseriu o Centro de Simulação Clínica, como uma das peças chave para a construção de um ecossistema tecnológico que permite captar investidores e talentos para o Algarve. Concluiu que “a partir de hoje, a região tem à disposição uma resposta fundamental não só no ensino da área clínica e cirúrgica, mas também na atração de profissionais de saúde de nível nacional e internacional”. A ministra lançou ainda um apelo à união e à coesão, realçando a importância de trabalhar em conjunto.
Manuel Pizarro: “Vou daqui encantado com o trabalho que estão a fazer”
O ministro da Saúde, Manuel Pizarro iniciou o seu discurso afirmando que “sem conhecimento e inovação não há futuro”. Em relação à região do Algarve, o ministro considera que é muito importante não perder o foco, elogiando o percurso feito pela Universidade do Algarve, trabalhando em conjunto, em prol de uma visão coletiva da região, numa estratégia continuada. A terminar, o ministro felicitou a Universidade, referindo: “vou daqui encantado com o trabalho que estão a fazer”.
Para a ministra da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, Elvira Fortunato, o “Centro de Simulação vai permitir melhorar os cuidados de saúde prestados, em particular à população do Algarve, e vai alargar e modernizar o ensino da medicina e a investigação clínica e biomédica na Universidade do Algarve”.
Elvira Fortunato considerou que este Centro, “constituindo-se enquanto uma infraestrutura crítica para o funcionamento do mestrado integrado em medicina e para o apoio à formação pré-graduada e pós-graduada, servirá de incentivo para reter e atrair profissionais na e para a região”. A ministra focou ainda “a evolução da oferta formativa na Universidade do Algarve, que é também reflexo da continuidade da política de aumento gradual do número de vagas nos cursos de ensino superior da área da saúde, a evolução dos padrões de qualidade da oferta de qualificação com vista a aumentar a atratividade do sistema, a robustecer a qualidade das aprendizagens e das competências adquiridas, assim como a diversificação e modernização do ensino da medicina”.
A encerrar a cerimónia, Elvira Fortunato frisou: “do que falamos hoje aqui é de melhor saúde e de mais qualidade de vida. É que mais formação e mais investigação significa mais inovação, e mais inovação significará ficarmos mais próximos de tratamentos e cuidados de saúde que aumentam e melhoram a saúde e a qualidade de vida”.
Recorde-se que o Centro de Simulação Clínica, entre outros objetivos, visa proporcionar ao formando o ensino da área clínica e cirúrgica, desenvolvendo uma visão crítica e construtiva a partir de múltiplas práticas relacionadas com a sua área de formação académica, que envolvem o exame físico e clínico, desde a evolução inicial da doença, até à sequência de cuidados sistematizados, passando pelo plano dos recursos para cada situação. Pretende ainda fortalecer a colaboração entre os diferentes profissionais de saúde e apostar na formação a nível nacional e internacional.
Elvira Fortunato: Elogiou “trabalhos de investigação que se focam em questões prementes como as alterações climáticas”
No âmbito da iniciativa “Governo Mais Próximo”, a ministra da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, Elvira Fortunato, durante a manhã, visitou o Laboratório Experimental para Organismos Aquáticos e os Laboratórios de Pescas, Biotecnologia e Química Estrutural do Centro de Ciências do Mar (CCMAR). A ministra elogiou “o trabalho desenvolvido pelas equipas de investigação, permitindo que foquem a sua investigação em questões prementes como as alterações climáticas”. Seguiu-se a visita ao biorreator semi-industrial, cuja principal função é a produção de microalgas.
Ao início da tarde, visitou o GreenCoLab, uma plataforma colaborativa entre a investigação e a indústria, cuja agenda de investigação e inovação assenta na exploração de macro e microalgas. Reúne vários parceiros como o Centro de Ciências do Mar (CCMAR), o Laboratório Nacional de Energia e Geologia (LNEG), a Universidade de Aveiro (UA) e cinco empresas, Allmicroalgae, Necton, Algaplus, Sparos e Iberagar, que juntos formam o GreenCoLab. Esta visita também contou com a presença do secretário de Estado do Ensino Superior, Pedro Nuno Teixeira.