A Câmara de Castro Marim começou hoje a disponibilizar máscaras comunitárias para proteção individual e da comunidade. Nesta primeira fase estarão disponíveis na Biblioteca Municipal de Castro Marim e na Junta de Freguesia de Altura, restringindo-se a duas máscaras por núcleo familiar. Nas freguesias do interior será feita uma distribuição mais local.
Estão agora disponíveis cerca de 1000 máscaras, mas a Universidade do Tempo Livre de Castro Marim e outros voluntários, sob orientação do presidente da Subcomissão da Proteção Civil e delegado de saúde, Dr. Mariano Ayala, estão a trabalhar na confeção de mais unidades.
Francisco Amaral, presidente da autarquia castromarinense, lamenta que só agora a DGS (Direção Geral de Saúde) aconselhe o seu uso, “já poderíamos ter tomado esta iniciativa há muito tempo”. Sob a orientação do delegado de saúde local, a autarquia está também a divulgar as recomendações de utilização e de higienização das máscaras comunitárias.
“A experiência da pandemia está a ensinar-nos a todos algumas coisas: uma delas é que não existe nenhum método para parar completamente a transmissão do vírus. Podemos sim diminuí-la de modo a evitar que os serviços de saúde e a vida económica colapsem”, explica a autarquia castromarinense em comunicado de imprensa.
Neste contexto o uso de máscaras tem vindo a receber o apoio crescente de organizações científicas internacionais tais como o Centro Europeu de Controlo da Doença (ECDC) e a Organização Mundial da Saúde (OMS) e mesmo a DGS passou a recomendar o uso de máscaras comunitárias.
Esta é mais uma medida do plano abrangente que a Câmara Municipal de Castro Marim está a pôr em prática no âmbito do combate à crise sanitária e social causada pela pandemia. Segundo o delegado de saúde, as máscaras caseiras protegem mais as outras pessoas do que a quem as usa, por isso esta é uma iniciativa duplamente solidária, da parte de quem as produz e da parte de quem as usa, numa lógica de “eu protejo-te a ti, tu proteges-me a mim”.
“Pedimos a todos que, quando saírem de casa para lugares com maior afluência, como a farmácia ou o supermercado, usem máscara, mesmo que seja caseira”, afirmou o delegado de saúde.
Assim, as costureiras que outrora estariam a alinhavar os trajes dos Dias Medievais em Castro Marim estão agora a produzir estas máscaras, além de estarem também a trabalhar na confeção de outros equipamentos de proteção para as pernas, cabeça, ombros e região cervical para os profissionais de saúde da região que estão na linha da frente, com material, do tipo TNT, fornecido pelos mesmos. Neste âmbito já foram confecionadas 100 cogulas (equipamento de proteção para cabeça e ombros).
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