Por dia, em média há, pelo menos, cinco ambulâncias que demoram mais de uma hora a serem acionadas pelo INEM. Em causa estarão a falta de meios e a escassez de profissionais.
Homem morreu à espera de socorro depois de ligar três vezes para o INEM em Matosinhos.
A última situação denunciada plo Sindicato dos Técnicos de Emergência Hospitalar é a de um homem de 52 anos que, no final de setembro, morreu, em Matosinhos, enquanto esperava por uma ambulância depois de se ter sentido mal. Foram precisas três chamadas para o INEM ativar os meios…
Desde julho, há plo menos outras três situações idênticas de atrasos nas ambulâncias a pedidos de socorro…todas com um tempo mínimo de espera de cerca de 1 hora.
“A escassez de técnicos de emergência pré-hospitalar leva a que, diariamente, dezenas de ambulâncias do próprio instituto estejam encerradas por falta de técnicos e é o principal fator que concorre para este tipo de acontecimentos. Mas também a necessidade, tal como já alertámos no pico da pandemia, de rever os fluxos de triagem para que as ambulâncias seja enviadas apenas para as situações emergentes”, diz Rui Lázaro, do sindicato dos técnicos de emergência hospitalar.
De acordo com o Jornal de Notícias, só esta semana, a linha do 112 chegou a acumular mais de 30 chamadas, seis delas demoraram mais de meia hora a serem atendidas.
Dos mais de 930 mil pedidos de ajuda, realizados entre janeiro e agosto, mais de mil demoraram entre uma a duas horas a chegar ao local.
“Independentemente de ser uma doença ou de ser um trauma, muitas das pessoas carecem de uma resposta em poucos minutos para que a sua vida e o seu estado de saúde possam ser salvos e recuperados. Uma hora nas situações mais graves, a pessoa simplesmente não tem recuperação possível”.
Lisboa, Setúbal e Faro são os distritos onde esta situação é mais evidente; para combater as dificuldades, houve um reforço de ambulâncias do INEM.
“Trata-se, nem mais nem menos, do que uma operação de marketing do próprio instituto, uma vez que, o que aconteceu no dispositivo, foi que ambulâncias que já estavam no dispositivo e que se chamavam postos de reserva, passaram a ser chamadas de postos de emergência médica sazonal, mas as ambulâncias são exatamente as mesmas, com os mesmos profissionais”, diz o sindicalista.
Até agora, o INEM ainda não reagiu.
O sindicato já fez vários pedidos de audiência urgente ao Governo para discutir a degradação dos serviços de emergência médica, mas não obteve resposta.
- VÍDEO: SIC Notícias, televisão parceira do POSTAL