A delegada regional de saúde do Algarve disse hoje que as autoridades não têm a indicação de que o novo coronavírus circule na comunidade algarvia e sublinhou que a região ainda se encontra em fase de contenção alargada.
“Neste momento, com as fronteira fechadas e o aeroporto com redução nos voos, reduzimos muito o risco [de contágio] na região. Estamos em fase de contenção alargada, anterior à fase de mitigação [a mais grave]”, afirmou aos jornalistas Ana Cristina Guerreiro.
Em conferência de imprensa na Administração Regional de Saúde (ARS) do Algarve, aquela responsável sublinhou que as autoridades “não têm a sensação de que o vírus circule na comunidade”, já que “foi sempre encontrada” a cadeia de transmissão nos casos identificados.
“O Algarve tem muitos casos que importaram o vírus em viagens ou que residiam no estrangeiro e regressam às suas casas [na região] mas há sempre uma ligação, que está em constante estudo”, argumentou.
Existem no Algarve 29 casos confirmados de Covid-19, sendo que 150 casos suspeitos testaram negativo e 14 estão a aguardar os resultados de despiste à doença.
Apenas 15 dos doentes infetados estão internados, quatro deles na Unidade de Cuidados Intensivos (UCI) do hospital de Faro, mas “nenhum em estado crítico”, destacou aquela responsável.
Entretanto, foi hoje anunciada a primeira vítima mortal infetada no Algarve, um homem de 77 anos, residente no município de Albufeira, com uma “situação clínica complexa” e que “chegou já bem mal ao hospital [de Faro]”, afirmou.
Segundo a delegada de saúde regional, o homem esteve internado “numa zona específica” para a sua condição e “não nos cuidados intensivos”.
Relativamente ao caso que envolve 69 trabalhadores rurais em quarentena desde segunda-feira num escola em Faro, Ana Cristina Guerreiro considerou que essa medida foi “essencial para que não tivesse havido uma explosão de casos” no concelho.
“Ao termos as pessoas todas no mesmo local, permite [fazer] uma monitorização constante às alterações no seu estado de saúde, permitindo optar entre fazer o teste no local ou no hospital”, referiu.
O Aeroporto de Faro é outro dos pontos de atenção das autoridades de saúde, tendo já sido alvo de uma visita, após “questões colocadas por vários trabalhadores”.
A delegada regional de saúde defendeu que é necessário “combater o medo” que se gera nestas situações e afirmou que é “impossível haver um agente da autoridade em cada canto”, apelando a que os cidadãos sejam responsáveis.
No entanto, realçou que “se for necessário, os agentes da autoridade estão lá para exigir o cumprimento do distanciamento e o comportamento das pessoas”.