O Algarve dispõe de 25 camas para a reabilitação intensiva de doentes que ficaram com funções afetadas na sequência da covid-19, disse à Lusa a presidente do conselho de administração do Centro Hospitalar Universitário do Algarve (CHUA).
As camas, instaladas no Centro de Medicina Física e Reabilitação (CMFR) do Sul, em São Brás de Alportel, integrado no CHUA, vão poder receber para internamento doentes com covid-19 que estiveram sujeitos a intubação e que sejam referenciados pelo Serviço Nacional de Saúde (SNS).
Em declarações à Lusa, Ana Castro, afirmou que a valência é “única a nível nacional” e que o seu objetivo é permitir que doentes que ficaram com funções afetadas na sequência da doença possam “regressar à sua vida normal” o mais rápido possível, através de uma reabilitação que reúne diversas terapêuticas.
“Nós, no CMFR, já tínhamos uma equipa multidisciplinar que fazia uma reabilitação intensiva dos doentes que a necessitavam e achámos que seria uma necessidade reabilitar os doentes covid que estiveram em Unidades de Cuidados Intensivos [UCI] e perderam capacidades”, referiu.
Os doentes referenciados para o centro em São Brás de Alportel serão submetidos a um programa multidisciplinar de “seis horas diárias” que os ajudará a recuperar “quer a capacidade motora, quer algumas capacidades em termos respiratórios, de fonação, de deglutição, por causa de terem estado intubados”, exemplificou.
A presidente do conselho de administração do CHUA – que engloba os hospitais de Faro, Portimão e Lagos e o CMFR – frisou que “este programa é diferente dos outros” e “único a nível nacional”, revelando que está já “um doente em internamento” e outro que passou para a fase de ambulatório.
“Nós temos um programa de seis horas [diárias] de reabilitação para cada doente, em que o doente tem reabilitação física, com terapia ocupacional, com terapia da fala, com psicólogos, para, rapidamente, poder ter progressos e voltar à sua vida normal. Portanto, é uma reabilitação intensiva”, acrescentou.
A administradora do CHUA sublinhou que aquele centro localizado no distrito de Faro vai “ter 25 camas para este tipo de doentes [a recuperar da covid-19]” e que estas poderão ser ocupadas por pessoas de todo o território continental.
“Ou seja, independentemente da zona em que o doente esteja, poderá ser referenciado para cá e vir cá fazer a sua reabilitação”, garantiu Ana Castro.
Aquela responsável precisou que “as vagas são para o SNS, de uma forma geral”, e que “qualquer instituição já pode referenciar os doentes” para esta nova valência do CMFR.
Questionada sobre o tipo de pacientes que podem ser tratados na nova unidade, a mesma fonte respondeu que serão “sobretudo doentes que estiveram em Unidades de Cuidados Intensivos, que perderam capacidades, habitualmente jovens, e que precisem de reabilitar rapidamente para voltarem à sua vida normal ativa”.
Sobre o tempo médio que um internamento pudera durar, Ana Castro disse que é “difícil fazer uma estimativa”, porque “depende muito do progresso de cada um”.
No entanto, “pode haver programas em que em duas a três semanas os doentes conseguem recuperar as suas capacidades e voltar à sua vida normal”, concluiu.