O papel de “referência” que o Algarve Biomedical Center (ABC) tem desempenhado ao nível nacional ajudou a Universidade do Algarve (UAlg) a ter novas vagas para o curso de Medicina, considerou hoje o ministro da Ciência e Ensino Superior, Manuel Heitor.
O governante falou aos jornalistas no final da cerimónia de assinatura do contrato-programa para o aumento de vagas de Medicina no Algarve, realizada no campus da Gambelas, em Faro, e realçou a importância do trabalho desenvolvido pelo ABC para a concretização do acordo, que vai contar com um financiamento de 600 mil euros anuais da Comunidade Intermunicipal do Algarve (AMAL).
“O desafio foi aumentar as vagas em Medicina e aqui estamos hoje, já passámos este ano de 48 para 64 e agora é atingir as 100 vagas, que é retomar o objetivo inicial quando este curso foi feito. Essa era a ideia inicial, foi entretanto interrompida, houve um processo longo de capacitação da universidade, e a universidade respondeu de uma forma inédita”, afirmou Manuel Heitor
O governante destacou que, para conseguir este aumento de vagas, a UAlg teve de se “capacitar” para fazer “mais formação avançada” e para “fazer parcerias estratégicas” e o trabalho deu resultado, conseguindo também o apoio da Fundação Champalimaud, com a qual também esta a colaborar nesta área e vai criar um novo doutoramento que vai dar formação médica a investigadores.
”A universidade e o grupo da medicina e das ciências biomédicas teve a capacidade de perceber os outros, os pares, os avaliadores, e de se modernizar, e hoje conta com uma oferta totalmente inovadora em termos da formação médica para cientistas e da formação científica para médicos e do reforço sobretudo dos cuidados de saúde no Algarve”, afirmou o governante.
O Ministro da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior disse que ABC “não é apenas conhecido no Algarve, é uma referência nacional e europeia” e “deve ser reconhecido”, porque consegue “articular a atividade de cuidados de saúde, com a atividade de educação médica e com as atividade de investigação e inovação”.
“Sabemos bem o papel que o ABC teve durante o combate à pandemia de covid-19, desde montar drive-thru, às operações de testes, foi o ABC que coordenou toda a operação de testes a nível nacional para os lares e por isso há um conjunto de atividades que hoje mostram que o ensino da medicina e a atividade biomédica no Algarve não só se recomenda, como se transformou numa referência europeia”, acrescentou.
Igualmente presente na cerimónia, o presidente da AMAL, António Pina, destacou a importância do investimento que os 16 municípios do distrito de Faro vão fazer no “reforço e alargamento do ensino de Medicina na região”, com “600 mil euros/ano” para “equipamentos, pesquisa e desenvolvimento, respostas de serviços de saúde e formação superior e pós-graduada nesta área”.
“Esta era uma oportunidade que não podíamos deixar de fugir”, disse António Pina, frisando que uma “percentagem interessante” de médicos formados no Algarve vai para os cuidados de saúde primários da região.
António Pina (PS) frisou que a “outra metade” dos médicos formados no Algarve servem depois outras zonas do país e esse papel da região, que é também “responsável por 5% do Produto Interno Produto” português, e deixou uma mensagem ao Governo, afirmando que “é preciso uma resposta clara” sobre o novo Hospital Central do Algarve, recordando que essa é uma pretensão antiga da região e foi uma promessa eleitoral socialista.