Há dores musculares que se manifestam por várias partes do corpo e outras que só afetam um músculo em particular. Esta dor muscular está por vezes relacionada com tensão, sobrecarga ou lesão muscular provocada por um esforço físico excessivo. E não podemos igualmente esquecer a dor associada ao desgaste das articulações. A dor osteoarticular manifesta-se por uma dor localizada nas articulações, é a patologia articular mais frequente no adulto, afetando um número impressionante de pessoas com mais de 70 anos.
Falamos, pois, de músculos e articulações, de artroses (doença degenerativa das articulações), de doenças do tecido conjuntivo (caso da artrite reumatoide) e mesmo do lúpus (que é uma doença crónica, autoimune, com episódios de inflamação nas articulações). Aqui é indispensável o aconselhamento médico e a indicação farmacêutica não é despicienda.
Mas temos as dores musculares e articulares de menor gravidade, podem atingir qualquer um de nós, têm a ver com músculos, ligamentos e tendões, ossos e órgãos. É uma dor limitativa pois obstrui o movimento dos membros, provoca inflamação dos tendões e até dor de cabeça. Num bom número de casos, as dores osteoarticulares são ligeiras a moderadas e se não houver inflamação não requerem tratamento médico. São estas a lesões que nos devem levar ao aconselhamento na farmácia, os profissionais de saúde estão aptos para orientar as opções terapêuticas, farmacológicas ou não-farmacológicas mais adequadas.
Para não se esmiuçar as diferentes manifestações como a distensão muscular, a entorse ou a tendinite, dir-se-á que se relevam por dor, inchaço ou inflamação. São dores com caraterísticas diferenciadas: dor com localização típica, isolada; dor exacerbada por certos movimentos; dor em repouso, sobretudo à noite; dor ativa, mais intensa que a dor passiva. Encontrou-se um método que é uma ferramenta útil para o tratamento genérico destas dores, chama-se PRACE (Proteção, Repouso, Arrefecimento, Compressão e Elevação), que requer, em síntese, medidas tais como: proteção da região para provocar agravamento da lesão (é o caso do uso de uma banda elástica); repouso para acelerar a cura dos tecidos afetados (evitar atividades que causem dor, inchaço ou desconforto); arrefecimento logo após a lesão, aplicando-se frio mediante sacos para gelo ou sacos para gel; compressão da zona com recurso a uma ligadura elástica até que o edema diminua; elevação de um membro lesionado, se possível acima do coração, nos casos admissíveis. Isto o que o doente deve saber, é uma excelente base de conversa com o seu farmacêutico.
Há manifestações, porém, em que é recomendável a consulta médica, como nos casos de haver febre, sintomas que persistam por mais de dois ou três dias ou regressem alguns dias após se ter sentido alívio, mesmo com o recurso a medicamentos sem receita médica. Não se pode tratar à toa, veja os seguintes exemplos: os medicamentos tópicos (isto é, de aplicação na pele) não devem ser usados se existirem lesões ou feridas, nem deve ser aplicado calor simultaneamente, pois assim aumenta-se o efeito irritante. Escolha com o seu farmacêutico a apresentação farmacêutica que é mais agradável para aplicação. Recorde-se aos doentes crónicos que se precisarem de tomar analgésicos para tratar estas dores musculares ou articulares de menor gravidade devem informar o farmacêutico sobre as doenças e os medicamentos que tomam regularmente, para que lhes sejam recomendados os analgésicos que menos interfiram com a terapêutica que estejam a seguir.