A ideia de viajar pelo mundo sem praticamente gastar dinheiro parece, para muitos, um mito ou um privilégio reservado a pessoas com recursos financeiros elevados. No entanto, existem formas reais e comprovadas de viajar sem gastar em alojamento ou alimentação, bastando, para isso, recorrer a algumas plataformas e alternativas acessíveis.
Uma das formas mais populares de viajar sem gastar grandes quantias é através do voluntariado em troca de alojamento e refeições. Plataformas como o Worldpackers permitem a ligação entre voluntários e anfitriões em diversos países, com oportunidades em hostels, escolas, quintas e projetos culturais.
O conceito de work exchange baseia-se numa troca simples: o viajante contribui com algumas horas de trabalho por dia e, em troca, recebe estadia e, muitas vezes, refeições. As tarefas variam, indo desde a receção de hóspedes em hostels até à participação em projetos agrícolas ou educativos.
Além do voluntariado, outra forma de sustentar uma viagem prolongada é através do trabalho remoto. Muitas pessoas recorrem ao freelancing, prestando serviços como redação, tradução, design ou apoio administrativo a empresas de qualquer parte do mundo.
Plataformas como Freelancer e Upwork permitem criar perfis, apresentar propostas e começar a prestar serviços a empresas e particulares. Com o tempo, é possível obter avaliações positivas e garantir mais trabalho.
Quem pretende viajar sem gastar pode também considerar empregos temporários no estrangeiro. Trabalhar em bares, hostels, como guia turístico, instrutor de mergulho ou em estações de esqui são opções frequentemente procuradas por viajantes.
Ensinar inglês no estrangeiro continua a ser uma das formas mais eficazes de ganhar dinheiro e viajar em simultâneo. Em países asiáticos, os salários são competitivos e o custo de vida reduzido.
Além das aulas presenciais, existe também a possibilidade de ensinar inglês online, através de plataformas como a Italki. Basta uma boa ligação à internet e domínio da língua.
Através do programa WWOOF (World Wide Opportunities on Organic Farms), os viajantes podem ajudar em quintas biológicas em troca de estadia e alimentação. Há oportunidades em mais de 130 países, incluindo Portugal.
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A economia de partilha tem crescido e oferece soluções acessíveis. Aplicações como BlaBlaCar (partilha de boleias), EatWith (refeições com locais), e Turo (aluguer de carros entre particulares) reduzem custos de viagem.
Uma forma prática de poupar é preparar refeições em vez de comer sempre em restaurantes. Hostels e alojamentos locais muitas vezes disponibilizam cozinhas partilhadas.
Em regiões como a Europa e o Japão, os passes ferroviários como o Eurail e o Japan Rail Pass permitem viajar de comboio por um valor fixo, reduzindo os custos com transporte.
Optar por dormitórios em hostels, especialmente os de maior dimensão, é uma forma económica de alojamento. Plataformas como HostelPass oferecem ainda descontos em reservas.
Outra alternativa gratuita é o Couchsurfing, onde os viajantes ficam hospedados em casa de locais sem custos, promovendo o intercâmbio cultural.
Plataformas como Trusted Housesitters ligam viajantes a proprietários que procuram alguém para cuidar da casa ou dos animais durante a sua ausência.
Alguns países oferecem vistos próprios para viagens de trabalho temporário, especialmente em setores sazonais como turismo ou agricultura.
Alugar a própria casa durante a ausência ou trocar de casa com alguém noutro país são outras formas de viajar sem gastar em alojamento.
Viajar com orçamento reduzido exige flexibilidade e planeamento. Reservas antecipadas, viagens fora da época alta e comparação de preços são estratégias essenciais.
Além da poupança, estas formas de viajar proporcionam experiências autênticas, contacto com comunidades locais e aquisição de novas competências.
Para muitos, viajar sem gastar tornou-se mais do que uma opção ocasional: é um estilo de vida que alia mobilidade, liberdade e responsabilidade.
Através do voluntariado e da economia de partilha, é possível contribuir para projetos sustentáveis e comunidades locais.
Viajar sem gastar grandes quantias é possível e acessível a quem esteja disposto a adaptar-se e procurar alternativas, assim como para quem esteja em busca de uma aventura.
Plataformas como o Worldpackers e oportunidades de trabalho remoto abriram novas portas para os que desejam conhecer o mundo de forma económica e enriquecedora.
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