“Muito desiludido” é como afirma sentir-se Vítor Guerreiro, presidente da Câmara de São Brás de Alportel, no decurso da polémica relativa ao amianto nas escolas do concelho. A desilusão, explica o autarca, resulta de “ter uma oposição que não está a fazer um trabalho sério e que criou um alarmismo infundado na população”.
Tudo a propósito das acusações feitas pelo PSD no passado dia 10 de Outubro sobre o facto de “o executivo socialista não responder e solucionar (…) a presença de amianto em materiais de construção” na Escola EB 2,3 Poeta Bernardo Passos, na Escola EB nº1 e na Escola EB nº2.
O executivo respondeu às acusações no passado dia 19 de Outubro, garantindo não existir “contacto directo que possa constituir perigo para a saúde da comunidade escolar”.
Ao POSTAL o edil afirma ainda que a resposta serviu para informar as pessoas, mas que não se vai repetir. “Não vou responder a todas as acusações que possam surgir depois de dados os esclarecimentos necessários à população”, refere.
No comunicado emitido a 19 de Outubro, a Câmara de São Brás realça que o que existe nas escolas em questão são “telhas de fibrocimento assentes sobre uma laje de betão que as protege e isola completamente do espaço interior das escolas”.
Cartazes do PSD geram alarmismo entre as crianças
Uma nova polémica surgiu entretanto com o PSD a colocar cartazes nas escolas com a frase: “Sabia que esta escola tem amianto na sua cobertura? O Sr. Presidente da C.M.S.B.A sabe e não fez nada ainda!”.
A campanha tem causado alarme na população e principalmente na comunidade escolar. “Os colegas da minha filha, que frequenta o 5º ano numa das escolas em causa, têm ido falar com ela muito assustados a pedir para que fale comigo porque senão vão ficar todos doentes por causa dos ‘micróbios’ no tecto da escola”.
O autarca considera que esta não é “uma forma séria” de fazer política e que a oposição está a “batalhar num assunto que a autarquia já informou estar no plano de investimentos e que o próprio Governo considera não existir perigo para a saúde”.
“Seria uma grande irresponsabilidade de um presidente de câmara, e de um pai, se não actuasse com a consciência de existirem riscos”, acrescenta.
“Sobre a atitude do PSD sinto apenas desilusão”, lamenta o autarca. “Mas já percebi o ano que se aproxima [de eleições autárquicas]. Vai valer tudo mas muito sinceramente não quero, não posso e não tenho tempo para perder atrás dessas coisas. Tenho um município para gerir”, conclui.
(Com Henrique Dias Freire)