Tiago André Lopes, especialista em assuntos internacionais para a CNN Portugal, destaca que a movimentação de Vladimir Putin na arena internacional, especialmente com a visita à Coreia do Norte e a subsequente viagem ao Vietname, sinaliza uma estratégia de fortalecimento de alianças que desafiam diretamente a ordem estabelecida pelas potências ocidentais e coloca o mundo em alarme, revela a mesma fonte.
Putin parece empenhado em revitalizar relações históricas e formar novas coligações que podem alterar o equilíbrio de poder global. A tentativa de renovar o acordo de 1961 com a Coreia do Norte é um exemplo claro desta estratégia. Este acordo, assinado durante a Guerra Fria, comprometia a União Soviética com a causa da unificação das Coreias, um tema que ainda hoje ressoa de forma significativa na geopolítica do Leste Asiático.
“O aperto de mão entre estes dois homens faz soar as campainhas vermelhas não só no Ocidente mas sobretudo no Oriente”, sublinha Tiago Lopes, lembrando que tais gestos simbólicos podem ter implicações profundas nas relações internacionais.
No entanto, é a possível formação de uma coligação triangular entre a Coreia do Norte, a Rússia e a China que mais preocupa os analistas. Esta aliança poderia representar uma força de contraponto à coligação entre os Estados Unidos, o Japão e as Filipinas. “A emergência destes triângulos é preocupante”, avisa Tiago Lopes. Esta dinâmica triangular indica a potencialidade de um novo conflito global, onde alianças regionais disputam a supremacia num cenário cada vez mais polarizado.
O risco de conflito, que coloca desde logo o mundo em alarme, não se limita a confrontos diretos entre estas potências. A existência de múltiplos pontos de tensão, desde a Península Coreana ao Mar do Sul da China, passando pela situação na Ucrânia, cria um ambiente volátil onde pequenos incidentes podem escalar rapidamente. A possibilidade de um conflito de grandes proporções, envolvendo múltiplos atores e frentes, é uma realidade que as nações devem considerar seriamente.
Além disso, o impacto económico de tais alianças não pode ser subestimado. As sanções económicas, os embargos comerciais e a corrida ao armamento são consequências prováveis que podem agravar ainda mais a situação global. A diplomacia internacional enfrenta um desafio monumental para evitar que estas tensões se transformem em conflitos abertos.
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